A demonstração de novas bombas planadoras russas em agosto na feira Army-2017, na região de Moscou, mostrou o êxito do país em se alinhar com as últimas tendências em equipamento militar.
Com peso de até 50 quilos, essas bombas foram projetadas para deslizar de drones até alvos entre 12 e 20 quilômetros de distância e a 100 quilômetros de distância quando na potência do motor.
“Essas bombas poderiam ser uma boa pedida com determinados projetos do Escritório de Design Sukhôi, por exemplo, a aeronave não tripulada BAS-62, muito similar externamente com o norte-americano MQ-1 Predator. Além disso, as novas bombas poderiam fazer ser emparelhados com a aeronave não tripulada Skat, da MiG, que, como a outra, é externamente uma cópia de outra norte-americana, a X-47, da Northrop Grumman”, explica o analista militar do jornal Izvêstia Dmítri Safônov.
Ele acrescenta, porém, que apesar do burburinho em torno dos novos projetos, não há planos para a produção em série dos novos drones russos.
“A explicação do Ministério da Defesa é que os sistemas BAS-62 e Skat são mais apropriados para a combates internacionais, em que o comando precisa saber o que está acontecendo em outro continente. O exército russo não cumpre com tais exigências no momento. É por isso que as missões de ataque são realizadas pro aviação tripulada”, diz Safônov.
Desvantagens não tripuladas
Moscou não tinha, até o momento, nenhum complexo para ataques não tripulados capaz de detectar um alvo e preparar disparos de bombas ou mísseis em uma zona tática operacional – como, por exemplo, o faz em zonas estratégicas o MO-1 Predator norte-americano.
O desenvolvimento de drones aéreos de combate é uma tendência mundial na última década, e o exército russo tem milhares desses equipamentos.
Todo exercício militar, por exemplo, utiliza drones suspensos de reconhecimento. Além disso, toda o registro das locações do Estado Islâmico e suas instalações destruídas por aeronaves e mísseis de cruzeiro na Síria foram feitas por drones.
O calcanhar de Aquiles de todos os drones está no fato de eles não poderem ser ajustados ao programa de voo de acordo com a situação durante uma missão.
“É preciso muitos meses para preparar o MQ-1 Predator para um voo de reconhecimento e, se algo dá errado durante uma missão de combate, ele é devolvido à base. Como resultado, são em vão os meses de trabalho das centenas de pessoas que planejaram e prepararam a missão de combate”, explica o professor da Academia Russa de Ciências Militares, Vadím Koziulin.
Se um drone já está em uma zona de combate, porém, ele pode destruir os alvos errados.
“O mundo se choca o tempo todo com notícias de que um casamento ou um funeral no Paquistão ou Afeganistão foi atingido por fogo norte-americano devido ao uso de dados antigos ou errôneos que os confundem com caravanas de terroristas”, relembra Koziulin.
Primeiro drone de ataque russo
O design mais provável de um drone de ataque russo, de acordo com Koziulin, pode ser construído com base na aeronave de treino Yak-130, da Corporação Irkut.
“Conhecida como ‘carteira escolar voadora’, essa aeronave é um robô que pode ser reprogramado já em voo para diversas condições climáticas e de voo. Se preciso, a ‘carteira escolar’ pode facilmente ser convertida em um bombardeiro leve”, diz.
A aeronave pode carregar até três toneladas de mísseis de precisão guiados e bombas guiadas. Usar o Yal-130 para missões locais (destruição de terroristas, proteção de fronteiras e combate de traficantes) também é muito mais barato que um MiG ou Sukhôi.
“No futuro, o Yak-130 poderá ser reconfigurado para os modos automático e não tripulado”, diz Koziulin.