Candidato a transplante de cabeça cria cadeira de rodas autônoma

Cadeira criada por Spiridonov tem custo estimado de US$ 200 por unidade

Cadeira criada por Spiridonov tem custo estimado de US$ 200 por unidade

Reuters
Programador russo Valéri Spiridonov ficou famoso por ser aspirante ao primeiro transplante de cabeça da história. Agora, ele lança sua própria startup para desenvolver um dispositivo que facilite a vida de outros cadeirantes.

Valéri Spiridonov lançou recentemente uma startup, intitulada CleverChair, que desenvolve uma cadeira de rodas ‘inteligente’ capaz de mover-se por conta própria.

O programador espera agora arrecadar dinheiro para financiar a tecnologia por meio da plataforma de crowdfunding, ou ‘vaquinha on-line’, Indiegogo.

No entanto, com apenas duas semanas antes do fim da campanha, Spiridonov conseguiu arrecadar somente pouco mais de US$ 200 dos US$ 50 mil necessários.

A ideia, segundo o programador, é apresentar a inovação ao empreendedor e filantropo sul-africano, canadense e norte-americano Elon Musk, que responde pela criação e participação em empresas como o Paypal, a SpaceX e a Tesla Motors.

Mãos dormentes

Spiridonov sofre da síndrome de Werding-Hoffmann, que consiste em uma doença neuromuscular e genética, caracterizada pela atrofia e fraqueza muscular progressiva.

“Transplantes de cabeça podem ser feitos somente em alguns casos individuais, não em massa. E, por isso, é importante para mim ajudar o maior número de pacientes da síndrome de Werding-Hoffman que eu puder”, explica Spiridonov.

“Minha missão é fazer com que vivam de forma mais confortável, independente e agradável, livrando-os de empurrar a cadeira de rodas quando suas mãos estiverem dormentes, devido a problemas circulatórios”, acrescenta o programador.

Segundo Spiridonov, na cadeira projetada por ele, o usuário deve apenas escolher o destino e, em seguida, dizer em voz alta ou programar a cadeira de rodas com a ajuda de um aplicativo de smartphone. O piloto automático cria, então, o itinerário por si só.

O dispositivo utiliza um protocolo de comunicação criptografada sem fio.

Protótipo pronto

Especialistas japoneses, programadores norte-americanos e desenvolvedores russos do empresa Promobot estão trabalhando em conjunto no projeto de Spiridonov. A Rússia, porém, responde por 50% do desenvolvimento.

O sistema é formado por um painel de controle, câmeras ópticas que observam a posição do usuário, sensores infravermelhos espaciais semelhantes aos utilizados para o posicionamento de sistemas de realidade virtual modernos, e um aplicativo de smartphone que mapeia os movimentos e reage aos comandos da pessoa. Além disso, dispõe de uma interface especial para pessoas com dificuldades de fala.

Embora o protótipo já tenha passado no teste, o local de produção ainda não foi determinado. Para criar uma série de testes, a equipe necessita quase US$ 55 mil, e só depois de oito meses após avaliação que a versão final deverá ficar pronta.

A CleverChair tem custo estimado de US$ 200 por unidade.

“Me liga, Elon Musk”

Spiridonov acredita que os ‘investidores generosos’, em suas palavras, serão autorizados a participar nos processos de discussão e desenvolvimento da tecnologia.

“Esse dispositivo pode tornar a vida de uma pessoa com deficiência muito mais fácil do que a de qualquer pessoa. Por exemplo, quando estiver uma loja ou uma sala de cinema, o usuário pode ir para onde quiser apenas movendo o dedo ou com um comando de voz”, diz o russo. Planeja-se ainda que, no futuro, a CleverChair também seja capaz de seguir os amigos do cadeirante.

“Essa cadeira tem um sistema de navegação incrível! Então, oi, Elon Musk. Quer usar essa tecnologia em estações e bases espaciais? Ligue para mim”, brinca Spiridonov.

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