Apesar do passo rumo à independência do Baikonur, país deve continuar a pagar pelo uso do cosmódromo cazaque até 2050.
APNesta quinta-feira (28), o porta-foguetes "Soiuz-2.1a" realizou o primeiro lançamento bem-sucedido no recém-inaugurado cosmódromo Vostótchni.
O lançamento, realizado às 5:01 (horário de Moscou), estava marcado para o dia anterior, quarta-feira, mas foi cancelado faltando 1,5 minuto.
O foguete colocou em órbita três satélites, o "Lomonossov", o "Aist-2D" e o SamSat-218.Fonte: YouTube/Roscosmos
O presidente russo Vladímir Pútin esteve presente ao lançamento, junto à chefia da agência espacial russa Roscosmos.
Por que mais um cosmódromo?
O Vostótchni não é o único cosmódromo da Rússia, que também realiza lançamentos a partir de Plesetsk, na região russa de Arkhânguelsk.
A localização do Vostótchni, porém, é muito mais ao sul, mais próxima da linha do equador, e, por isso, seus foguetes podem levar maior peso.
Uma das razões da construção do Vostótchni foram os problemas relacionados ao cosmódromo cazaque Baikonur.
O Cazaquistão começou a reduzir o número de lançamentos do cosmódromo e ameaçou retirar para si o aluguel russo da jurisdição, retomando-a para si.
De acordo com o Roscosmos, em 2013 a Rússia tinha a intenção de realizar 17 lançamentos espaciais, mas o governo cazaque permitiu apenas 12, justificando a restrição devido aos danos ambientais.
A Rússia, porém, não conseguiu compensar as restrições com os lançamentos feitos do Plesetsk, já que de lá não é possível lançar os pesados "Próton".
Ainda inacabado
O lançamento do "Soiuz" não significa, porém, que a construção do Vostótchni esteja completa. Até o final deste ano, o cosmódromo, cuja construção foi aprovada em 2007, terá apenas sua primeira parte finalizada, a que se relaciona a lançamentos de foguetes "Soiuz".
Após isso, iniciam-se os trabalhos da segunda etapa, com a construção de locais de lançamento dos novos foguetes russos "Angara".
O segundo lançamento do Vostótchni será realizado apenas em 2017. A partir de 2018, planeja-se realizar cinco lançamentos anuais do cosmódromo, e, depois, oito. O primeio voo tripulado deve ocorrer em 2023.
Até o início dos anos 2020, porém, o Baikonur deve se manter como principal cosmódromo para a Rússia. Moscou irá alugar o cosmódromo cazaque, pelo menos, até 2050, pagando mais de 100 milhões de dólares para tanto.
Com informações da agência Tass.
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