Startup de Kazan cria cadeira de rodas para cachorros com deficiência
Aleksêi Nasirov / TASSNos últimos oito anos foram construídos na Rússia 12 novos parques tecnológicos, onde operam mais de 775 startups. No entanto, a concretização do cenário nacional de inovação implica uma revolução nas altas esferas do empresariado, garantem os especialistas.
“O principal problema do país não é a falta de projetos interessantes, mas a transferência de tecnologia e sua comercialização”, destaca Dominique Fache, fundador do parque tecnológico francês Sophia Antipolis.
“A força da Rússia se assenta em grandes corporações, como a Gazprom e a Russian Railways. Mas essas empresas são como elefantes brancos – não são muito receptivas à inovação e têm dificuldade em trabalhar com pequenas startups”, acrescenta Fache, que durante mais de 20 anos esteve à frente de grandes energéticas internacionais, incluindo a Schlumberger e Enel.
As grandes companhias nacionais deveriam, segundo o especialista, rever os seus gastos com inovação e ciência.
“Muitas delas não investem o suficiente em pesquisa e desenvolvimento, e isso explica a sua vulnerabilidade frente às sanções dos EUA e da União Europeia”, diz o empresário, acrescentando que 90% dos componentes usados em algumas plataformas petrolíferas russas são importados desses países.
A expectativa é o que o evento internacional ‘Inovações Abertas’, cujo foco deste ano será startups, ajude a atrair investimentos para tais empresas. O fórum será realizado em Moscou entre 28 de outubro e 1º novembro.
Mudança de eixo
Entre as prioridades de desenvolvimento das startups russas figuram os setores de TI, biotecnologia, aviação e indústria alimentar. E não são só as áreas de inovação que vem mudando, mas também as localidades onde essas empresas vêm se instalando.
Em 2014, por exemplo, Toliatti e a região de Sverdlovsk entraram para o mapa dos centros de desenvolvimento. Este ano foi a vez de Nijni Novgorod.
“A inovação deve vir precisamente do interior do país, de cidades como Tomsk, Kazan e Novosibirsk”, afirma Fache. “Os grandes projetos financiados pelo Estado não são o suficiente. A inovação não pode ser regulada a partir do centro.”
Opinião semelhante é compartilhada por Jean François Balducchi, presidente da IASP (da sigla em inglês para Associação Internacional de Parques Tecnológicos), que selecionou a Rússia como sede da próxima Conferência Mundial de Parques Tecnológicos e Áreas da Inovação, em setembro de 2016.
“Uma das vantagens do país é o crescimento rápido do número de parques tecnológicos, inclusive fora dos grandes centros do país”, disse Balducchi à Gazeta Russa.
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