Empresa do pós-guerra usou experiência com caças para fabricar até próteses
Press PhotoO fundador da empresa, Pável Sukhôi, fez suas primeiras experiências no campo da construção aeronáutica em um país devastado pela guerra civil. A aeronáutica soviética nasceu em uma casa simples de dois andares, onde no andar de cima trabalhavam os projetistas, e no andar de baixo ficavam as oficinas.
Nos anos 1930, sob a liderança de Sukhôi, subiram aos céus os caças da série I, o bombardeiro de longo alcance DB e a aeronave de longo alcance RD, com a qual os pilotos soviéticos bateram, na época, o recorde de distância de voo: 10.000 km em 62 horas, sem pouso.
Pável Sukhôi lançou seu primeiro modelo nos anos 1930 Foto: Press Photo
Na década seguinte teve início a construção em série do primeiro avião Su-2. Esse bombardeiro de curto alcance – à primeira vista sem nada de excepcional – tinha grandes vantagens sobre os demais. A construção especial do cockpit dava ao piloto um ângulo de visão bem amplo, e a localização das bombas permitia aumentar a velocidade da máquina.
Mais de 900 exemplares desse novo Sukhôi foram fabricados, e a oficina se transformou em um Departamento de Projetos (DP) independente. Na base do SU-2 foram criados os bombardeios blindados Su-6 e SU-8 e o caça Su-1, equipado com canhão. Os aviões Sukhôi tiveram ativa participação nas batalhas de Moscou, Stalingrado e Kursk durante a Segunda Guerra Mundial.
Mais de 900 exemplares do Su-2 foram fabricados Foto: Press Photo
Depois da guerra, a aposta do desenvolvimento da aviação soviética foi feita nas aeronaves com motor a jato, e o DP da Sukhôi era um dos pioneiros nesse campo. Foi nos Su 9, 11, 13, 15 e 17 que a construção aeronáutica soviética experimentou pela primeira vez o sistema de ejecção e o sistema de travagem da aeronave com paraquedas.
Nenhum dos projetos pós-guerra da Sukhôi foi, contudo, construído em série. O acidente com um Su-17, em 1949, levou à interrupção de todos os projetos do gênero e até mesmo ao encerramento temporário do DP.
Reabertura nos céus
O Departamento de Projetos da Sukhôi reabriu em 1953, com o objetivo de criar aeronaves supersônicas totalmente novas. As pesquisas dos projetistas seguiam em dois sentidos: a construção de aeronaves com asas sagitais (grupo C) e com asas triangulares (grupo T).
O modelo inovador que levou a equipe da Sukhôi aos céus foi a aeronave T-4. Na avaliação de especialistas da época, o modelo desenvolvido em 1962 estava 20 anos à frente do seu tempo. Nele foi testado o mais recente know-how da época.
Segundo especialistas, T-4 estava 20 à frente do seu tempo quando lançado Foto: Press Photo
A tecnologia da estrutura era feita de lâminas de titânio soldado, e portava um sistema automático de aceleração e um novo sistema de controle. Embora não tenha sido fabricado em série, o T-4 criou os alicerces para novos modelos.
Mil e uma ideias
Em 1969, o bombardeiro Su-24 fez o seu voo inaugural. Pela primeira vez depois do SU-2 um avião da Sukhôi foi fabricado em série. Também foi o primeiro avião de ataque soviético cujo uso no campo de batalha não dependia das condições meteorológicas.
Seis anos mais tarde surgiu um novo inigualável: o Su-25 tinha um poder especial para destruir veículos blindados no campo de batalha.
O Su-5 ainda hoje compõe a base da aviação militar russa Foto: Press Photo
Paralelamente, o DP da Sukhôi iniciou os trabalhos para o desenvolvimento do caça de quarta geração que culminou na criação do Su-27, com base no qual foram mais tarde desenvolvidos os modelos Su-30, Su-32 e Su-33.
Mas a tecnologia testada pela equipe da Sukhôi encontrou utilidade não muito além do domínio militar. Nos anos 1960 e 1970 algumas teorias foram usadas no desenvolvimento de um coração artificial.
Na década de 1990, a empresa começou a trabalhar na área da aviação civil. Sob a sua alçada começaram a ser fabricadas aeronaves de carga e aviões para uso agrícola. Já anos 2000, o piloto da construção de aeronaves civis tornou-se o avião Superjet 100.
Modelo civil Superjet 100 tem grande demanda na Ásia e no Oriente Médio Foto: Press Photo
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