Rosatom aumenta oferta de supercomputadores no exterior

Recursos de supercomputador da Rosatom têm aplicação diversa na área de engenharia Foto: Ivan Rudnev/RIA

Recursos de supercomputador da Rosatom têm aplicação diversa na área de engenharia Foto: Ivan Rudnev/RIA

A exportação de supercomputadores destinados a indústrias será intensificada, segundo Serguêi Kirienko, diretor-geral da Rosatom (Corporação Estatal de Energia Nuclear). Ferrovias Russas e Rosneft estão entre nomes nacionais que negociaram compra de máquinas produzidas na Rússia.

Produzidos pelo Centro Nuclear Federal (Vniief, na sigla em russo), uma subsidiária da Rosatom, os primeiros supercomputadores, de propósito universal e especial, surgiram em 2010. Hoje, o centro, que possui unidades nas cidades de Sarov e de Snejinsk, está aperfeiçoando os modelos e pretende expandir o seu escopo de clientes.

“A empresa sempre investiu no desenvolvimento de supercomputadores próprios devido à impossibilidade de usar análogos estrangeiros na indústria nuclear”, explica Serguêi Kirienko, diretor-geral da Rosatom. O sistema do supercomputador inclui servidores com 300 Gb de RAM e 5 TB de memória compartilhada. Além disso, funciona com o sistema operacional Linux.

“Temos nossas próprias plataformas de software, que foram desenvolvidas para empresas do complexo de armas nucleares. Esses programas já estão sendo ativamente utilizados em nosso país”, acrescenta Kirienko. Entre os clientes nacionais que já adquiriram as máquinas russas ou estão negociando sua compra, figuram nomes como Ferrovias Russas, Gazprom e Transneft.

Os países mais influentes e as maiores corporações do mundo usam supercomputadores desde meados dos anos 1970, mas só agora que esses programas estão sendo implementados também em países emergentes. Este é o caso da Índia, que lançou o programa estatal “Missão Nacional de Supercomputação: Construindo Capacidade e competência”.

A própria Rússia, que só começou a desenvolver supercomputadores há cinco anos, está conseguindo recuperar o atraso. “Em 2011, os engenheiros nucleares russos haviam construído e utilizado supercomputadores com desempenho em petaflops, o mais alto nível de potência, e isso já significa fazer parte da elite mundial”, afirma o especialista independente Aleksandr Uvarov.

“O mais valioso não é o hardware, e sim os produtos de TI únicos, os programas gráficos que permitem, por exemplo, utilizar todos os recursos da plataforma computacional em sua capacidade plena.”

Prédios, usinas e até tornados

O supercomputador foi originalmente concebido para projetar novas usinas nucleares e otimizar otimização os processos daquelas que já estão em operação. Mas, por sua complexidade, a máquina ajuda também a realizar cálculos precisos. Por exemplo, é possível calcular todos os parâmetros de um novo avião de passageiros, criar o seu modelo e testá-lo em um voo virtual, porém realista.

Graças a essa tecnologia, acredita-se que não será mais necessário conduzir testes envolvendo maquetes e protótipos em projetos de engenharia diversos – desde edifícios em áreas de risco de abalos sísmicos até plataformas marinhas para extração e processamento de petróleo. Os cálculos de supercomputadores reduzem, assim, os custos e o tempo de criação de um novo produto.

Conforme a necessidade, os supercomputadores permitem ainda alterar rapidamente os parâmetros e o design do produto em questão. Além disso, podem ser utilizados para a realização de pesquisas sobre os efeitos de atividades atmosféricas intensas, como furacões e tornados.

No núcleo da medicina

A atividade científica da Rosatom não cria apenas plataformas para cálculos tecnológicos, mas também equipamentos médicos. O Instituto de Pesquisa de Equipamentos de Eletrofísica Efremov criou, por exemplo, um aparelho chamado Ágata Smart, que é usado em sessões de braquiterapia. O princípio de funcionamento do Ágata Smart é simples: a partir do dispositivo especial é aplicado um isótopo que exerce ação local no tumor.

Hoje existe na indústria nuclear russa um amplo programa voltado ao desenvolvimento de isótopos para fins medicinais, inclusive na criação de radiofármacos.

Além disso, os físicos russos estão desenvolvendo novos sistemas de braquiterapia que não se baseiam na utilização de isótopos, mas em fontes de raios-x em miniatura que operam a partir da rede. “É muito mais conveniente. Em primeiro lugar, tais dispositivos são seguros para os funcionários e, em segundo lugar, eles não se descarregam”, explicam os especialistas da Rosatom.

 

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