Sistema integrado deverá permita controle de máquinas hidráulicas a grandes distâncias Foto: Lev Fedossev/TASS
Especialistas em robótica no extremo oriente do país planejam se agrupar em um cluster para desenvolvimento de robôs submarinos que sejam capazes de executar tarefas complexas e até mesmo substituir os mergulhadores em algumas atividades. Esses robôs serão usados tanto para fins militares, como civis, adiantam os pesquisadores.
A iniciativa de criação do cluster na região de Primorie partiu do consórcio Morinformsistema-Agat, que há mais de 60 anos se dedica ao desenvolvimento de sistemas de controle automatizado para a Marinha russa. “O sistema robótico marinho será construído pelo princípio modular, o que o tornará versátil”, diz a assessora de imprensa do consórcio, Maria Vorobiova.
O objetivo é criar um sistema único integrado que permita controlar máquinas hidráulicas a grandes distâncias. “Pretendemos criar, com a ajuda de parceiros, uma solução integrada que possa ser usada tanto para a proteção das fronteiras e zonas econômicas russas, bem como para fins civis”, acrescenta Vorobiova.
O cluster deve inicialmente agrupar cerca de 20 empresas russas, incluindo companhias do grupo Tétis, bem como dos consórcios Okeanpribor e Gidropribor. Entre os parceiros estrangeiros mais promissores estão sendo considerados os países do Sudeste Asiático, a Índia, a China e a Coreia do Sul.
Tecnologia ao extremo
No Extremo Oriente russo existem vários institutos de pesquisa científica especializados e empresas de fabricação de robôs. No Instituto de Problemas da Tecnologia Marítima, por exemplo, são criados dispositivos usados no mar Negro e no Oceano Pacífico.
Lá foi desenvolvido o robô Klavessin-1R, capaz de descer a uma profundidade de 6.000 metros e operar em condições extremas, como no fundo do Ártico. O Klavessin, que atualmente se encontra em serviço pelo Ministério da Defesa, ajudou os cientistas a provar que a cordilheira de Lomonóssov, no Ártico, é uma extensão da massa terrestre da Rússia.
Além disso, os cientistas da Universidade Federal do Extremo Oriente (UFEO) são hoje uma das melhores equipes de robótica submarina do mundo. Com a ajuda do cluster, eles esperam agora criar robôs submarinos autônomos e de controle remoto para trabalhar na produção petrolífera, monitorar as condições ambientais e lidar com questões de segurança.
Apelo comercial
“Graças aos robôs, o tempo de permanência de uma pessoa na água pode ser encurtado”, disse à Gazeta Russa Aleksêi Tskhe, vice-reitor do departamento de ciência e inovação da UFEO. “É claro que os aparelhos submarinos autônomos desenvolvidos pela UFEO não conseguem executar todas as operações a grandes profundidades. Mas uma parte delas, como, por exemplo, a inspeção visual e o diagnóstico, os nossos robôs executam mais rapidamente do que o homem.”
Apesar do grande potencial dos cientistas e criadores russos, os seus projetos ainda não têm penetração comercial. Os maiores problemas dos desenvolvedores se referem a estratégias de marketing e comercialização dos protótipos.
“Para a implementação comercial de robôs submarinos, faz falta um parceiro industrial forte que ajude a levar a ideia para o nível de protótipo experimental e da produção industrial em grande escala”, explicou Tskhe. “Temos grandes esperanças nesse cluster, já que estará centrado na comercialização, na promoção e no desenvolvimento de projetos russos.”
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