"Eu poderia sentar e esperar. Mas minha doença avança, e pode ser que em um futuro próximo eu não possa me mover de maneira nenhuma", diz Spiridonov Foto: Gazeta Russa
O programador russo Valéri Spiridonov, 30, poderá ser o primeiro indivíduo do mundo a ter sua cabeça transplantada para outro corpo. Ele nasceu com uma doença rara chamada Werdnig-Hoffman, devido à qual tem atrofia muscular, e foi escolhido pelo cirurgião italiano Sergio Canavero para a operação.
"É uma decisão absolutamente ponderada. Tenho consciência de todos os riscos. Temo só até o ponto que qualquer pessoa dando um passo rumo ao desconhecido temeria. Como os cosmonautas, talvez", disse Spiridonov ao jornal Rossiyskaya Gazeta, do qual faz parte o projeto RBTH e a Gazeta Russa.
Segundo o Canavero, muitas pessoas se ofereceram para serem objeto da cirurgia, que deverá durar 36 horas e custar mais de 11 milhões de dólares.
A ideia é usar o corpo de um doador saudável que tenha tido morte cerebral.
O médico também anunciou que a cirurgia poderá ser realizada já em 2017.
"Acredito que isso não seja possível", diz o médico Eduardo Rodrigues, da Universidade Maryland Medical Center, em Baltimore, EUA. Rodrigues foi o primeiro a realizar um transplante completo de rosto, em 2012.
"Eu poderia sentar e esperar. Mas minha doença avança, e pode ser que em um futuro próximo eu não possa me mover de maneira nenhuma. Posso sentar e esperar, mas me ofereci porque quero fazer minha contribuição à ciência, trazer um benefício que dará chances a milhares de pessoas."
Segundo o programador, seus amigos e familiares apoiam completamente a iniciativa.
Da ficção científica para a realidade
A primeira experiência com um transplante de cabeça aconteceu ainda em 1954, e foi realizada pelo cirurgião soviético Vladímir Demikhov, que obteve sucesso em colocar uma segunda cabeça em alguns cães.
Também nos Estados Unidos foram realizadas operações semelhantes em macacos nos anos 1970 pelo cirurgião Robert Joseph White. Então, ainda não existia um método que permitisse ligar bem a medula espinhal ao cérebro, por isso os macacos acabaram paralisados e depois de oito dias morreram.
Recentemente, a China fez suas próprias experiências com transplantes de cabeça em ratos.
Com informações do portal Gazeta.Rue do jornal Rossiyskaya Gazeta
Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: