Cientistas siberianos desenvolvem próteses vertebrais

A etapa atual da realização do projeto prevê os estudos da reação biológica das células Foto: Shutterstock / Legion Media

A etapa atual da realização do projeto prevê os estudos da reação biológica das células Foto: Shutterstock / Legion Media

As novas próteses são compostas de cerâmica biológica porosa, um material inovador com características únicas e estrutura parecida com o osso humano.

Cientistas da cidade de Tomsk apresentaram um projeto inovador de endopróteses nanocerâmicas de discos intervertebrais que se unem ao tecido ósseo do paciente e não causam rejeição. De acordo com estimativas, o valor das novas próteses será dez vezes inferior aos seus análogos metálicos e poliméricos fabricados fora do país.

Elas são resultados do projeto em conjunto realizado pelos pesquisadores do Laboratório de Ciência de Materiais da Universidade Estatal de Tomsk e do Laboratório de Nanomateriais Funcionais do Instituto da Física de Resistência e Ciência de Materiais do Departamento Siberiano da Academia de Ciências da Rússia.

As novas próteses são compostas de cerâmica biológica porosa, um material inovador com características únicas e estrutura parecida com o osso humano, e possuem um revestimento biologicamente ativo que acelera a divisão de células, facilitando o preenchimento da endoprótese com o tecido ósseo do próprio paciente. 

Osso cerâmico 

Os cientistas siberianos acreditam no grande potencial da sua criação. Segundo eles, ela será capaz de ajudar a compensar um grande número de defeitos adquiridos, tais como hérnia de disco, que afeta a maioria dos futuros destinatários de próteses. Os modelos poderão substituir os seus atuais análogos metálicos ou polímeros, cujos efeitos colaterais incluem inflamações ou danos ao tecido ósseo. 

As conquistas dos participantes do projeto chamaram atenção de parceiros internacionais, levando à abertura do laboratório de ciências de materiais médicas, que há um ano facilita a colaboração dos pesquisadores de Rússia, Alemanha, Reino Unido, Itália, Grécia e Hungria.

"O revestimento inovador nos permite a atribuir à cerâmica certas qualidades para integrá-la no organismo do paciente sem causar rejeição. Acredito que no futuro teremos as tecnologias disponíveis para a personalização de cada implante, criando os protótipos em 3D. Enquanto isso, a primeira endoprótese experimental nanocerâmica para o uso em pacientes será fabricada já em 2015", afirmou professor Serguêi Kulkov, chefe do grupo de pesquisa.

Coluna vertebral

A etapa atual da realização do projeto prevê os estudos da reação biológica das células para o contato com os primeiros protótipos de endoptróteses, assim com a determinação da resistência e elasticidade da mesma. 

"De acordo com nossas estimativas, as próteses feitas de cerâmica biológica porosa terão um preço dez vezes inferior ao dos seus análogos atuais devido à menor quantidade de material utilizado. Por exemplo, hoje, um conjunto de próteses das articulações menores custa, em média, mais de US$ 1.100, enquanto o valor dos itens feitos de cerâmica biológica porosa variará entre US$ 56 e US$ 93. O volume de fabricação do novo material no território russo será capaz de atingir US$ 74 milhões", admite Serguêi Kulkov.

Cientistas independentes não se apressam em elogiar as conquistas dos colegas enquanto não tiverem as últimas confirmações da compatibilidade da cerâmica biológica com os tecidos humanos e da proximidade do seu formato geométrico com o contorno original dos discos intervertebrais.

"A iniciativa dos pesquisadores siberianos é de extrema importância, portanto, necessita do apoio financeiro e governamental em todas as etapas do seu desenvolvimento. O apelido de eixo principal não foi atribuído à coluna vertebral por acaso, pois ela é responsável pelo funcionamento de todos os órgãos do corpo humano", acredita Vladímir Balákirev, membro associativo da Academia de Ciências da Rússia.

 

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