Marinha planeja modernização completa de aviões

Modelo original MiG-29K Foto: Serguêi Piatakov/RIA Nóvosti

Modelo original MiG-29K Foto: Serguêi Piatakov/RIA Nóvosti

As reformas pós-soviéticas conduziram a aviação naval à mais crítica situação entre todos os ramos das Forças Armadas russas. Com a obsolência de todos os aviões de caça e bombardeio, incluindo os estratégicos Tu-95, a Marinha perdeu completamente a capacidade de defender sua frota e instalações marítimas a partir do ar e de proporcionar apoio aéreo às operações de ataque. Por meio de projetos ambiciosos, governo pretende agora restabelecer o setor de aviação naval.

O comando da aviação naval russa decidiu modernizar as aeronaves de patrulha e guerra antissubmarina, que já compõe o inventário da força, por meio de uma completa repaginação do complexo eletrônico.

Na metade de 2014, o 859° Centro Operacional e Doutrinário dos pilotos da aviação naval da Marinha russa em Yeisk recebeu o primeiro avião de patrula IL-38N de um total de cinco a serem modernizados pela empresa IL,  no âmbito de um contrato assinado com o Ministério da Defesa.

O grande destaque do IL-38N é o novo sistema de radar de busca Novella-P-38, cuja versão de exportação Sea Dragon equipa os cinco IL-38D da Marinha da Índia. Os patrulheiros são capazes de carregar dois mísseis antinavio Kh-35E.

O radar de busca, cuja antena está localizada em um radome abaixo do avião, é de altíssima resolução. A aeronave ainda é equipada com o sistema eletro-ótico infravermelho Lanner-A, cuja torreta giroestabilizada está inserida no nariz do avião, bem como com sistemas táticos, de inteligência (SIGINT) e de guerra eletrônica (EW) integrados. 

Futuros porta-aviões

Os caças Su-33 e MiG-29K foram desenvolvidos simultaneamente dentro do programa soviético para a criação de uma aviação naval tática de combate. O primeiro é um caça de superioridade aérea, e o segundo, um caça multipropósito para defesa aérea, ataque ao solo e marítimo. No entanto, em determinado momento, acabaram se tornando concorrentes diretos, e o MiG-29K saiu como vencedor.

A versão modernizada do caça entrou em operação no ano de 2008 e foi encomendada pela Marinha da Índia. Com a receita proveniente do contrato de exportação, a RAC MiG foi capaz de desenvolver uma versão de treinamento da aeronave, denominada MiG-29 KUB “Faísca”, para a aviação naval russa.

Em 2012, o Ministério da Defesa russo assinou um contrato para o fornecimento de 20 MiG-29K e 4 MiG-29 KUB. Durante o ano de 2014, 10 MiG-29K e 4 “Faíscas” foram entregues à marinha.

Os atuais aviões diferem muito das primeiras versões do MiG-29K e são equipados com novos aviônicos e sistemas de bordo, capazes de lançar uma gama de munições inteligentes ar-ar e ar-superfície – tornando-se, assim, a “espinha dorsal” da aviação de combate baseada em porta-aviões da Marinha russa.

O potencial de combate da aviação naval deverá aumentar significativamente com a introdução dos novos caças multifuncionais Su-30SM, projetados inicialmente para substituir os Su-24 baseados na Crimeia. Em dezembro de 2013, foi assinado um contrato para o fornecimento de 5 aeronaves (das quais 3 foram entregues esse ano) e, em setembro de 2014, um segundo contrato assinado prevê a produção de mais 7 unidades; O valor total das aquisições somam 12 bilhões de rublos (aproximadamente US$ 198 milhões).

“Estas modernas aeronaves são capazes de lidar com ameaças aéreas, de superfície e até submarinas, o que irá aumentar significativamente o potencial de combate da aviação naval”, afirmou o vice-ministro da Defesa, Iúri Borísov, na cerimônia de assinatura do contrato.

Caçadores de asas

Está prevista também uma profunda modernização da aviação naval russa de asas rotativas. O principal programa de aquisições relaciona-se à compra do helicóptero de ataque anfíbio Ka-52K, de rotores contra-rotativos, capazes de dobrar as pás dos rotores para utilização em navios.

O segundo programa tem por objetivo a modernização da frota dos helicópteros embarcados Ka-27 PS de busca e salvamento e Ka-27 PL de guerra antissuperfície, em um total de 50 aeronaves que terão extendidas suas vidas úteis em até 10 a 15 anos.

A marinha irá receber helicópteros de vigilância aérea antecipada (AEW) Ka-31P, capazes de detectar e rastrear simultaneamente entre 20-40 alvos aéreos e de superfície a uma distância de até 100 a 150 km.

 

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