Hackers dos EUA e da China estão entre maiores fornecedores de programas espiões no mercado mundial Foto: Getty Images/Fotobank
O jornal “Financial Times” divulgou que a Symantec, uma das principais empresas de segurança de computador dos EUA, localizou um novo programa de hackers chamado “Regin”. Desenvolvido por um serviço de inteligência ocidental, o programa é dirigido sobretudo a companhias de telecomunicações da Rússia e da Arábia Saudita.
Segundo a empresa americana, o “Regin” seria capaz de espionar operadoras de telefonia móvel, grampear conversas telefônicas e acessar e-mails nos servidores da Microsoft.
O vírus “Regin” é um produto complexo e de alto nível com as características de vírus “multi-trojan”, que ainda não é detectado pelos programas antivírus disponíveis no mercado.
“Ele pode roubar senhas, informações pessoais, tirar fotos de telas de computador, recuperar arquivos apagados e enviar e-mails pessoais para outros endereços”, disseram representantes da Symantec. O “Regin” é visto como mais poderoso do que o “Stuxnet”, responsável pela desaceleração do programa nuclear iraniano em 2010.
Ainda de acordo com especialistas, o programa espião foi usado contra empresas privadas, mas infraestruturas estatais podem ser o seu principal alvo.
“O vírus ainda não representa perigo para as infraestruturas estatais, mas as empresas privadas devem tomar cuidado com a segurança da informação”, afirma Serguêi Nikitin, vice-chefe do Laboratório de Criminalística da Computação do Grupo IB.
Tensão on-line
O “Regin” não é o primeiro caso em que um país cria e lança vírus- espiões no software de infraestruturas importantes de outros Estados. “Basta tomar os exemplos de vírus complexos como Stuxnet, Duqu, Flame e Red October”, relembra Andrêi Prózorov, especialista de segurança da informação da InfoWatch.
As tensões geopolíticas nas relações entre a Rússia e o Ocidente podem estar ligadas ao fato de a informação sobre o vírus ter aparecido neste momento, sugere Aleksêi Lukatski, consultor de segurança da informação da Cisco na Rússia.
“Nas informações sobre o vírus há muitos fatos embelezados. Não há provas de como o ‘Regin’ funciona, quem realiza as escutas de todo o tráfego de voz das operadoras móveis e a quem é transmitida a informação”, diz Lukátski.
O acordo entre os Estados Unidos e a Rússia sobre “medidas de confiança no ciberespaço”, bem como a comissão presidencial bilateral de confiança nessa esfera, deixaram de operar em meados deste ano por causa da tensão entre os dois países.
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