Estranhas crateras foram descobertas em julho na tundra que se estende no norte da Rússia, intrigando geólogos russos, que acreditam que essas formações podem sinalizar o início de mudanças irreversíveis no clima do planeta.
O geólogo Konstantin Ranks acredita que a emissão de gás natural, consequência do aquecimento global, pode ser apontada como a principal possível causa da formação das estranhas crateras no distrito autônomo russo de Iamal-Nenets.
Local aproximado da descoberta da primeira cratera:
Especialistas em glaciologia do Campo de Treinamento Científico Subártico, localizado na região do campo de gás de Bovanenkovo, perto do qual foi descoberto o primeiro buraco, destacam que a temperatura do permafrost (tipo de solo encontrado na região do Ártico, constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados) está aumentando inexoravelmente. Há quarenta anos, ela era de cerca de oito graus abaixo de zero, em média, e agora em algumas áreas ela é de apenas três graus negativos. "Talvez seja por isso que nas profundezas da tundra do norte começou o processo de emissão de metano a partir de cristais de gelo”, escreveu Ranks em artigo publicado no site Slon.ru.
Fonte: YouTube
O canal de televisão Rússia 1 informou que no dia 21 de julho, em Iamal-Nenets, criadores de renas descobriram mais uma cratera na terra. É a segunda grande cratera encontrada ao longo do último mês. Seu diâmetro é de cerca de 15 metros e há neve em seu interior. Por enquanto, não está clara a causa definitiva do surgimento dessas crateras, por isso, as mais fantásticas versões, que vão desde testes de um armamento desconhecido até uma base subterrânea alienígena, são debatidas nas redes sociais.
De acordo com os criadores de renas, no dia 27 de setembro de 2013, um corpo celeste caiu nessa área (a 90 km da vila de Antipaiuta) e houve uma explosão de luz. Outro criador de renas disse que viu apenas uma cortina de fumaça e em seguida um clarão.
Local aproximado da descoberta da segunda cratera:
Especialistas do Centro de Investigação Científica do Ártico e do Instituto da Criosfera da Terra analisaram a primeira cratera no dia 16 de julho. Eles mediram a radiação de fundo e concluíram que não havia radiação perigosa.
Os cientistas observaram que pedaços de solo estavam espalhados perto da cratera e a uma distância de até 120 metros, o que comprova que as rochas não afundaram e sim foram expelidas. Além disso, não foram detectados sinais de carbonização, queima ou qualquer evidência de explosão térmica, portanto a versão do meteorito também poderia ser excluída. Os cientistas acreditam que o solo congelado foi expelido por uma potente pressão proveniente de baixo, que pode ter sido causada, por exemplo, pelo gás metano.
No dia 10 de julho, um vídeo apresentando a primeira cratera perto da aldeia de Bovanenkovo apareceu na Internet. A gravação imediatamente atraiu a atenção do público, gerando milhões de visualizações.
Fonte: YouTube
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