Foto: ITAR-TASS
O governo russo enviou à Duma de Estado (câmara dos deputados na Rússia) o projeto de lei sobre a cooperação entre Rússia e Cuba na esfera espacial. Conforme informações no site do Kremlin, o acordo contempla os interesses nacionais relacionados à instalação de estações do sistema de correção diferencial e monitoramento do Glonass em território cubano.
O Glonass, concorrente russo do sistema de navegação americano GPS, é projetado para uso ao redor do globo e permite determinar a localização e a velocidade de movimento de alvos terrestres, marítimos e aéreos com alta precisão.
Constelação russa
O sistema de navegação russo começou a operar em escala global em dezembro de 2011. Atualmente, 29 satélites entram na composição do grupo Glonass – 24 deles são utilizados para os fins previstos, e outros quatro aparelhos formam a reserva orbital.
De acordo com Nikolai Testoedov, projetista-geral do Glonass, a precisão do sistema de navegação depende principalmente do número de satélites cujos sinais estão disponíveis simultaneamente para o receptor terrestre. “Quanto maior o seu número, melhor. O dispositivo seleciona o melhor aparelho espacial do grupo, do ponto de vista da geometria de disposição mútua”, explica.
No entanto, para melhorar ainda mais a precisão, é imprescindível, além do grupo de satélites que se encontram em órbita geoestacionária, a existência de estações terrestres de correção diferencial. Segundo o editor-chefe da revista “Vestnik Glonass”, Igor Lisov, isso ajuda a determinar as coordenadas com uma precisão de até alguns centímetros.
“Nem o receptor mais perfeito é capaz de determinar por si só a sua localização com a precisão necessária, por exemplo, para a realização de trabalhos cartográficos, onde cada centímetro é importante”, diz Lisov.
No hemisfério Norte, existe um número suficiente de estações de monitoramento e correção diferencial – a maioria delas em operação no território russo. Paralelamente, apenas quatro estações desse tipo funcionam fora dos limites da Rússia, sendo uma no Brasil e três na Antártida.
De acordo com uma fonte próxima da JSC Sistemas de Informação de Satélite “M. F. Rechetnev”, a líder desenvolvedora do sistema Glonass, é necessário negociar intensivamente com os países da América do Sul a instalação de estações-base para não ter que implantar uma quarta estação na Antártida. “Lá, existe uma excelente recepção de sinais de satélites, mas as temperaturas extremamente baixas são prejudiciais para os equipamentos das estações”, alega o especialista.
Parcerias latinas
Por enquanto, as negociações com os países latino-americanos estão sendo bem sucedidas. No último dia 10 de maio, a assessoria de imprensa do Kremlin anunciou a aprovação do projeto de lei sobre a ratificação do acordo de cooperação na esfera espacial também com Nicarágua. Em breve, poderão aparecer estações terrestres de correção diferencial e monitoramento do sistema de navegação russo no território do país na América Central.
Também estão em curso negociações com o México. Em abril passado, o diretor-geral da Agência Mexicana de Espaço (AEXA), Javier Mendieta Jiménez, declarou que o país está interessado em implantar o Glonass em seu território, para que o sistema seja utilizado para fins civis.
Também em abril deste ano, Serguêi Ivanov, chefe da administração presidencial da Federação Russa, anunciou durante a abertura do 13o Fórum Internacional de Navegação, que a Rússia planeja construir um total de 50 estações Glonass em diversas partes do mundo. Além dos países do Brics (Brasil, Índia, China e África do Sul) e sul-americanos, o governo russo vem negociando com Vietnã, Austrália e Espanha, entre outros países.
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