HeliRussia-2014 reuniu fabricantes de helicópteros e autoridades em Moscou Foto: ITAR-TASS
A capital russa sediou na semana passada um dos maiores eventos da indústria de helicópteros do mundo, a 7 ª Exposição Internacional de Helicópteros (HeliRussia). Além de expor os últimos modelos da categoria, os expositores nacionais divulgaram dados que revelam o crescimento contínuo do setor.
Dados oficiais mostram, por exemplo, que a produção russa aumentou em 3,5 vezes ao longo de uma década, sobretudo a parcela de helicópteros de ataque e combate. De acordo com o vice-diretor do Departamento de Exportação de Helicópteros e Serviços da Rosoboronexport, Vladislav Kuzmitchiova, até 2018 a empresa planeja exportar mais de 300 helicópteros militares.
“Entre 2015 e 2017, o volume de entregas chegará a 200 helicópteros de vários tipos, que serão enviados para 12 países”, anunciou Kuzmitchiova, acrescentando que as exportações de 2014 estão seguindo o mesmo nível observado no ano passado, com 140 unidades entregues. Os mercados mais promissores estão na América Latina, Sudeste Asiático e Oriente Médio, incluindo o Iraque.
Durante a HeliRussia-2014, foi anunciado que a Rússia pretende abrir um centro técnico na Venezuela para a reparação e manutenção dos helicópteros Mi-17, Mi-35 e Mi-26. Além disso, até o final deste ano está prevista a entrega de 24 exemplares do Mi-171SH para o Peru, conforme um amplo acordo celebrado no final de 2013.
Caçador da noite
Também estão planejadas para este ano as entregas de helicópteros multiuso Mi-17V-5 e Mi-171 SH, bem como de helicópteros de combate Mi-35M e Mi-28N para noves países. O Mi-28N, herdeiro do lendário Mi-24, recebeu a designação de “Night Hunter” devido ao exclusivo complexo de antenas, câmeras termográficas e outros dispositivos que permitem a condução de voos e outras operações tanto de dia quanto de noite.
O Mi-28N também é frequentemente chamado de “tanque voador”, justamente pelo leque de armamentos que transporta e por sua blindagem resistir a impactos de munições até 23mm. O canhão montado no nariz da aeronave não tem análogos no mundo e a densidade da potência de fogo permite lidar facilmente com qualquer carro leve blindado do inimigo. O helicóptero é equipado ainda com mísseis antitanque “Ataka”. O Iraque se tornou o primeiro operador do “Night Hunter” e há previsão de novas aquisições.
Modelos complexos
A estratégia global da indústria de helicópteros na Rússia é ocupar 20% do mercado mundial em 2020. Porém, apesar do setor não enfrentar problemas com a exportação de helicópteros militares médios e pesados, as perspectivas dos novos modelos produzidos pelas empresas não são tão animadoras, principalmente no que se refere aos modelos Ka-62 e Mi-38.
“Enfrentamos problemas com determinados fornecedores de sistemas do Ka-62”, revelou à Gazeta Russa o chefe da Agência de Serviços Analíticos “AviaPort”, Oleg Panteleev. “A máquina possui sistemas de navegação e aviônicos muito modernos, mas complexos. As dificuldades com os fornecedores criaram sérios impedimentos ao voo do aparelho”, completou. Colômbia e Brasil já manifestaram intenção de compra do Ka-62 para 2016.
Outro helicóptero polivalente e de porte médio, o Mi-38, também enfrenta problemas. Segundo Panteleev, devido às relações comerciais com a Pratt& Whitney Canada, os motores que tiveram de ser adaptados para a indústria russa. Os novos motores TV7-117V poderão expandir o potencial de exportação do Mi-38, bem como sua vantagem competitiva por causa da melhor eficiência de consumo de combustível e aumento da potência. A produção em massa desses motores está programada para 2015.
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