Utilização de cibermercenários, inclusive na espionagem estatal, é uma tendência atual Foto: Reuters
O ano de 2013 foi um ano de revelações e o momento de repensar a segurança da informação. Novos problemas, tendências e personagens tomaram conta dos noticiários sobre o tema. Em clima de retrospectiva, os especialistas da desenvolvedora russa de softwares para proteção de computadores Kaspersky Lab, falaram exclusivamente com a Gazeta Russa sobre os principais fatos deste ano e previsões para 2014.
Segurança pessoal
Um dos grandes personagens de 2013 foi Edward Snowden, cujas “revelações” sobre os programas de vigilância norte-americanos colocaram em dúvida a segurança das informações na esfera privada de cidadãos do mundo inteiro.
“Neste ano, pela primeira vez na história, não foi um vírus nocivo que se tornou o protagonista do ano, mas um homem”, diz o especialista-chefe em antivírus da Kaspersky Lab, Aleksandr Gostev.
Snowden é fotografado em exílio na Rússia Foto: AP
“O fato de que as agências de inteligência espionam a internet já era há muito conhecido, mas Snowden levou o problema a outro nível, e o que ele contou influenciou e influenciará significativamente a atividade dos usuários da rede”, acrescenta Gostev.
Depois das revelações de Snowden, o especialista sugere que a criptografia entrará em voga novamente. “No ano que vem, provavelmente aparecerão inúmeros serviços que prometem proteger a vida privada dos usuários de olhos curiosos.”
Detetive on-line
Paralelamente ao deslocamento do núcleo do movimento “Anonymous” para a Ásia e a crescente atividade do chamado Exército Eletrônico Sírio, apareceram personagens novos: os cibermercenários. A essência da nova atividade consiste em hackers contratados para a execução de ataques rápidos com propósitos específicos ou a obtenção de documentos concretos.
“A utilização de cibermercenários, inclusive na espionagem estatal, é uma tendência atual. Nós prevemos que, em 2014, cibermercenários poderão tentar se legalizar pela criação de empresas que oficialmente oferecerão serviços de ciberdetetives”, afirma o também especialista em antivírus da Kaspersky Lab, Serguêi Golovanov.
Foto: Alamy/Legion Media
Entre altos e baixos
No ano que vem, os especialistas da Kaspersky Lab acreditam que os cibermercenários estarão focados em ataques a bolsas de valores e a usuários da moeda virtual bitcoin. Aliás, espera-se que investidores da China e de outros países invistam grandes quantias em bitcoin.
“Mas também esperamos que, no próximo ano, o bitcoin entre em colapso. O seu preço poderá subir até 2 ou 3 mil dólares, e depois entrará em declínio”, prevê Gostev.
Foto: AP
No ano que vem, os especialistas do Laboratório acreditam que os ataques mais populares dos cibermercenários serão os ataques às bolsas de valores e a usuários da moeda virtual Bitcoin. No que concerne ao último, em 2014, os mercados financeiros provavelmente sentirão na pele sua influência: espera-se que investidores da China e de outros países invistam grandes quantias no Bitcoin. É possível, entretanto, que em um futuro breve os usuários buscarão alternativas mais promissoras.
"Nós esperamos que, no próximo ano, o Bitcoin entre em colapso. O preço do bitcoin poderá subir até 2 ou 3 mil dólares, depois do que ocorrerá o colapso", – diz Aleksandr Gostev.
Vírus pra dar e vender
O ano de 2013 também acompanhou o amadurecimento de softwares maliciosos na plataformas móvel, especialmente para Android. Fato é que o mundo de softwares maliciosos móveis se torna cada vez parecido com as ameaças a computadores pessoais do ponto de vista das tecnologias e métodos aplicáveis.
Para os cibercriminosos, as botnets móveis – rede de dispositivos contaminados com bots – se tornaram mais do que simples diversão, e já são amplamente usadas para fazer dinheiro.
Foto: AP
Pelas estimativas da Kaspersky Lab, cerca de 60% dos softwares maliciosos móveis são elementos de botnets móveis grandes e pequenas. Em 2014, será iniciado o tráfico de botnets móveis, as quais serão utilizadas para propagar softwares maliciosos de terceiros.
Fragmentação da internet
O ano de 2014 deve ser marcado pela restauração da confiança que foi perdida depois das grandiosas revelações dos ataques dos programas de espionagem, direta ou indiretamente ligados com a atividade dos governos.
Muitos especialistas, incluindo o fundador da Kaspersky Lab, Evguêni Kaspersky, falaram este ano sobre a necessidade de se criar uma “internet segura” e paralela. Os cibercriminosos, por outro lado, foram além das palavras e criaram a sua Darknet separada.
Também foi iniciado o processo de fragmentação da internet em segmentos nacionais. Até pouco tempo atrás, só a China se diferenciava nesse quesito. Porém, uma série de países, como a Rússia, por exemplo, já aprovaram leis que proíbem a utilização de serviços estrangeiros.
“Com o desenvolvimento de tais tendências, podemos, muito em breve, acabar sem uma internet única, mas com dezenas de redes nacionais. E, assim, a sombria Darknet será a única rede supranacional”, prevê o chefe do Centro de Investigação da Kaspersky Lab, Serguêi Novikov.
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