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Até poucos anos atrás, cirurgias pouco invasivas no coração e vasos sanguíneos para prevenir ataques cardíacos e derrames eram feitas apenas em algumas clínicas. Hoje em dia, o stent (endoprótese expansível) se tornou um procedimento de rotina em cirurgias do coração. Em 2008, eram feitas 32.500 intervenções do gênero na Rússia, enquanto, em 2012, esse número chegou aos 75.400.
Além disso, os cirurgiões endovasculares têm atualmente à sua disposição suportes ainda mais elaborados. Na Rússia, por exemplo, está em uso o primeiro suporte vascular bioabsorvível do mundo, que repõe a passagem da artéria coronária obstruída, assim como faz o stent metálico tradicional, levando medicação até a área lesionada. A diferença é que, depois de concluir o trabalho, o suporte se dissolve gradualmente.
“O suporte vascular bioabsorvível é um polímero que se dissolve naturalmente e já é amplamente utilizado em cirurgia, para efetuar costuras internas temporárias, por exemplo”, diz o chefe do departamento de cirurgia e raio-X do Hospital de Oremburgo, Víktor Démin.
No vaso, restam apenas dois pares minúsculos de marcadores metálicos que, durante a operação ajudam a instalar corretamente a estrutura e, no futuro, irão sinalizar ao médico o local da intervenção cirúrgica e ajudar a monitorar o o vaso lesionado. Essas estruturas já foram usadas com sucesso em mais de 40 países, mas as clínicas russas começaram a fazer uso delas apenas este ano.
Segundo o cirurgião, a tecnologia muda significativamente a abordagem ao tratamento de pacientes com cardiopatia isquêmica. Os resultados de estudos clínicos e prática adquirida de aplicação mostraram que o vaso operado desse modo consegue, mesmo após a intervenção, manter as funções e flexibilidade naturais, uma vez que não contém o implante metálico.
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“Esse novo método tem outra vantagem, pois o suporte leva para a área afetada medicação que vai sendo gradualmente liberada à medida que aquele vai se dissolvendo. A medicação não dissolve a placa, mas inibe o crescimento das células que levam ao fechamento do vaso”, explica Démin.
As vantagens nesta nova tecnologia de tratamento não para por aí. Depois que a estrutura se dissolve, o vaso operado pode encolher ou se expandir para intensificar o fluxo sanguíneo para o coração em resposta a determinado exercício físico. Além disso, os pacientes tendem a tolerar melhor as quedas de pressão resultantes das mudanças de tempo, e diminui a necessidade de terapia prolongada com agentes anticoagulantes.
Publicado originalmente pela Rossiyskaya Gazeta
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