Fernando Fezer (de colete), Kostin (centro) e Raimundo Colombo Foto: arquivo pessoal
No país dos grandes projetos hidrelétricos, a partir de 2017, as centrais elétricas terão acesso também a turbinas fabricadas localmente com a tecnologia da russa Power Machines. A companhia de São Petersburgo acaba de negociar a construção de uma fábrica no Brasil.
A joint venture fechada com a Indústrias Mecânicas Fezer abre finalmente as portas para os equipamentos da empresa russa, que atualmente exporta apenas quatro de seus modelos para o país, utilizados apenas em pequenas usinas.
"Com a tecnologia dos nossos parceiros e com a necessidade de mais usinas para suprir o crescimento da demanda por energia, teremos muitas oportunidades de negócios”, explica o presidente da Metal Mecânica, Fernando Fezer, recém chegado da Rússia.
Além de grandes usinas já em construção e outras planejadas, o empresário lembra que o Brasil possui 565 unidades – a maior concentração mundial de centrais hidrelétricas - e seus equipamentos precisam ser renovados com o passar do tempo. Mais de 85% da energia elétrica brasileira é gerada pela matriz hidráulica.
Estreante no ramo de equipamentos para o setor elétrico, desde 1948 a empresa brasileira se dedica apenas a desenvolver bens de capital para as indústrias de processamento de madeira. Exporta para alguns dos principais mercados internacionais no setor madeireiro, como Canadá, Estados Unidos, Finlândia, Nova Zelândia e inclusive Rússia.
Os investimentos previstos e a participação societária entre a Fezer e a empresa russa, comandada por Igor Kostin, serão divulgadas somente em janeiro.
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Primeiro 'Russian IT-Day' começa no RioA futura unidade será construída na cidade de Caçador, em Santa Catarina, na mesma cidade onde está a Fezer. “Trabalhamos com a previsão de estarmos operando em quatro ou cinco anos porque, além da construção da fábrica, tratam-se de equipamentos pesados de produção mais lenta, além de deverem ser produzidos de acordo com a demanda contratada”, diz o empresário.
A sociedade, cujo nome ainda não foi definido, contará ainda com incentivos fiscais do Estado de Santa Catarina. O governador Raimundo Colombo também esteve em São Petersburgo para testemunhar o acordo e garantir a ajuda oficial.
Segundo Fezer, os parceiros não buscarão financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a principal fonte de recursos públicos – e de custos mais baixos - para grandes projetos. "Usaremos recursos próprios”, afirma.
A companhia russa, segundo informações do mercado local, domina 70% das demanda da Federação Russa e exporta para 57 países. Emprega cerca de 20 mil funcionários e em 2012 obteve um faturamento de US$ 2 bilhões.
“É uma gigante que vai fincar bandeira no Brasil, com produtos de excelente qualidade e preços mais competitivos que os importados”, conclui o sócio brasileiro.
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