Projeto será finalizado somente em 2016; até o final do próximo ano, já terão sido construídas novas instalações para salas de aula Foto: Gazeta Russa
Nos últimos anos, o Ministério da Defesa da Rússia tem levado muito a sério a aquisição, o ajustamento e o fornecimento de Vants (veículos aéreos não tripulados), também conhecidos por drones, às tropas, assim como a preparação de operadores para esses aparelhos vindos de todos os ramos das Forças Armadas e de todos os escalões de cada um deles. O centro Vant se estabeleceu em Kolomna, nos arredores de Moscou, nas bases da Escola Superior Militar de Artilharia de Kolomna, fechada em 2008, que era, antes da revolução, a Escola de Artilharia Mikhailovski, fundada pela Imperatriz Catarina.
A sensação que dá é que desde então não houve aqui qualquer reforma estrutural, nem mesmo de “limpeza cosmética”. No entanto, o responsável pelo centro, o coronel Valeri Frolov, está otimista e acredita que até o final deste ano terão início profundas reformas de reconstrução no centro.
Governo suspende testes de submarinos nucleares devido à falha do míssil Bulavá
Militares durante exercício militar para testar o sistema de defesa aérea conjunto da CEI
Ministério de Defesa se aproxima das empresas de pequeno porte
Até o final do próximo ano não apenas terão passado por uma reforma total todos os edifícios antigos, como também terão sido construídas novas instalações para as várias salas de aula. Em 2015, será construído um parque para aeronaves de vários tipos. Em 2016, será reconstruído e reequipado o campo de treinamento onde cadetes e instrutores ensinarão a pilotar os drones e onde eles próprios irão aprender a comandá-los no ar.
No dia em que o autor destas linhas visitou Kolomna, o centro de preparação de operadores de Vant abrigava 180 soldados em treinamento –tanto a contrato como soldados da tropa comum dos serviços de urgência de dois distritos militares: do ocidental e do central. São estes jovens especialistas de companhias especiais de drones que estão agora se espalhando por todas as divisões de brigadas motorizadas e de tanques das Forças Terrestres da Rússia.
O coronel Frolov conta que nos últimos anos o seu centro já passou por 16 ações de remodelação. Segundo ele, isso ficou a dever pelo fato de a liderança das Forças Armadas ter subestimado a importância da utilização de aviões não tripulados em condições de luta real. A situação chegou ao ponto de pilotos de drones serem preparados em unidades de formação de tropa de tanques.
Nem o conflito de agosto de 2008 com a Geórgia influenciou a opinião existente em relação aos Vants. Durante o conflito, as tropas de Tbilisi recorreram ativamente aos drones com fins de reconhecimento do terreno e obtenção de informação e para determinar os alvos da sua artilharia, enquanto o exército russo necessitou enviar as pesadas aeronaves de reconhecimento Tu-22R. Os georgianos até conseguiram colocar uma delas abaixo, e o corpo do comandante dessa máquina não foi encontrado até hoje.
Somente com a chegada de Serguêi Choigu ao Ministério da Defesa é que começaram a olhar seriamente para a preparação de operadores de aviões não tripulados. Conta-se que em uma das primeiras reuniões da instituição militar, o ministro perguntou aos seus subordinados: "Quem de vocês está no comando dos drones?". Eles não teriam conseguido encontrar a resposta de imediato.
"Nós não aceitamos no curso todos os alunos que nos mandam dos outros distritos”
Agora quem se ocupa da formação dos operadores de aeronaves não tripuladas, da aquisição de drones e do desenvolvimento de táticas, métodos e técnicas de sua utilização é o Estado-Maior e seu departamento especial, dirigido pelo major-general Aleksandr Nóvikov. Já começou a chegar nova técnica e armamento ao centro –70 graduados da atual Academia da Força Aérea Gagárin e Jukóvski foram enviados para fazer o resto do seu serviço militar em Kolomna, na qualidade de professores e formadores dos futuros alunos.
Pude conhecer alguns dos que chegaram a Koloma apenas este ano e outros que já estão aqui há algum tempo. Também fiz conhecimento com alguns dos alunos que vieram para Koloma para se tornar operadores de drones. Entre eles está o subtenente chefe Aleksêi Naráikin, que veio da cidade de Gusev, da região de Kaliningrado, para servir nos fuzileiros navais. Já está a serviço das Forças Armadas há 17 anos. Participou de muitos exercícios e operações de combate. Sabe a importância de o comando de qualquer nível militar ter informações confiáveis e precisas sobre o inimigo. Por isso concordou prontamente em vir aprender uma especialização nova para ele, a de operador de drones.
Na mesma companhia da brigada Vant está o cabo Vitáli Koluntaev, dos fuzileiros navais da Frota do Báltico. Koluntaev já está no exército há 8 anos e diz que gosta muito do trabalho de operador de drones. E gosta também do fato de os professores conseguirem explicar de modo simples até mesmo as questões mais difíceis. E o mais importante é que há entre eles tanto oficiais experientes, como outros bem jovens, como ele próprio. E, por isso, é mesmo tão interessante escutar os que eles dizem.
"Nós não aceitamos no curso todos os alunos que nos mandam dos outros distritos”, diz o coronel Frolov. “Para isso é preciso pessoas que estejam bem familiarizados com linguagem informática, que sejam capazes de pensar rápido, cuidadosas e responsáveis. As duas semanas em que os testamos permite-nos descobrir quais deles conseguirão se tornar operadores e quais não. Estes últimos, infelizmente, temos que enviar de volta. Mas aqueles que ficam, passam, nos quase três meses que dura o treinamento, uma preparação completa, depois dos quais fazem testes de avaliação, obtém um certificado de conclusão do curso, um conjunto de equipamentos para continuar trabalhando nisso e regressam às suas unidades militares para continuar o serviço militar."
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: