De acordo com a American Cancer Society, cerca de 600 mil pessoas morrem anualmente em virtude da doença Foto: ITAR-TASS
A estufa criada em uma sala pequena no Centro de Diagnóstico Experimental e Terapia de Tumores, em Moscou, é relativamente simples diante dos demais equipamentos do laboratório. Tem apenas um umidificador de ar, sistema de ventilação e vasos de plástico com mudas.
Mas, desde que os medicamentos produzidos a partir de plantas ganharam destaque na tendência atual para tratamento de câncer, por serem menos tóxicos, este é um dos espaços que produz mais inovações no centro.
“Por exemplo, o tabaco australiano selvagem, análogo do tabaco comum usado para a produção de cigarros, nos ajuda a obter anticorpos monoclonais que atingem e bloqueiam a função do gene HER2, no combate aos tumores de mama e ovário”, explica a cientista Ekaterina Kossobókova.
“Um medicamento com princípios semelhantes, chamado Herceptin, já está disponível no mercado farmacêutico, mas ele é muito caro e não tem par na Rússia. Essas plantas nos permitem obter um análogo muito mais barato e, talvez melhor em outros aspectos”, acrescenta Kossobókova.
Durante os experimentos, os cientistas vêm desenvolvendo bactérias com uma estrutura genética especial que estimula as folhas de tabaco a produzir a proteína necessária à fabricação do medicamento. “Trabalhos similares estão sendo feitos na Alemanha e nos EUA, mas produtos acabados semelhantes ao nosso ainda não estão presentes no mercado”, diz Kossobókova, acrescentando que o medicamento russo será submetido a testes clínicos dentro de dois anos.
De acordo com a American Cancer Society, cerca de 600 mil pessoas morrem anualmente em virtude da doença. Pela previsão da OMS (Organização Mundial de Saúde), em 2025, uma em cada três pessoas do planeta desenvolverá um tipo de tumor maligno.
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