Rússia assina contrato de US$ 1 bi para a venda de equipamentos militares para Angola

Contratos preveem o fornecimento de 18 caças Sukhoi-30, assim como de peças de reposição e munições para armas ligeiras de fabricação soviética, tanques e peças de artilharia e helicópteros de carga Mi-17 Foto: AP

Contratos preveem o fornecimento de 18 caças Sukhoi-30, assim como de peças de reposição e munições para armas ligeiras de fabricação soviética, tanques e peças de artilharia e helicópteros de carga Mi-17 Foto: AP

Além de fornecimento de armamento e caças, contrato prevê a construção de uma fábrica de munições em Angola.

Após a visita do vice-primeiro-ministro russo, Dmítri Rogozin, a Angola na semana passada culminar com a assinatura de um pacote de contratos no valor de US$1 bilhão entre a Rosoboronexport (a única exportadora autorizada de armas do país) e o Ministério da Defesa angolano, o país tornou-se o maior comprador de armas da Rússia na África subsaariana. O anúncio foi feito por uma fonte próxima da diretoria da Rosoboronexport e confirmado por um funcionário do Ministério da Defesa da Rússia.

Segundo eles, os contratos preveem o fornecimento de 18 caças Sukhoi-30, assim como de peças de reposição e munições para armas ligeiras de fabricação soviética, tanques e peças de artilharia e helicópteros de carga Mi-17. Além disso, as partes concordaram em construir uma fábrica de munições em Angola.

As fontes contatadas pelo “Vedomosti” não especificaram como o país vai pagar pelas armas russas. Por um lado, o fato de a Rússia ter sido contratada para construir uma fábrica de munições em Angola leva a crer que o país irá pagar em dinheiro. Por outro, em abril de 2013, foi relatado que, no ano anterior, o Banco Russo de Comércio Exterior havia participado do financiamento da compra de armas e equipamentos militares russos por Angola.

Os aviões de caça Su-30K a serem vendidos a Angola foram exportados para a Índia no final  dos anos 1990 (até a Rússia concluir os trabalhos de desenvolvimento de um avião mais avançado, o Su-30MKI) e devolvidos em 2007. De acordo com a Rosoboronexport, antes, a Rússia queria vender as aeronaves devolvidas ao Sudão e ao Vietnã.

O representante especial da Presidência russa para a cooperação com os países africanos, senador Mikhail Margelov, não confirmou o valor do contrato, nem se mostrou surpreendido com o montante citado. Para ele, o volume das trocas comerciais e da cooperação econômica entre os dois  países é grande e não só na área técnico-militar. Para ele, ambos têm condições de aumentar a cooperação econômica na área técnico-militar, no setor espacial, de mineração de diamantes e no setor bancário. Angola é uma das praças de armas da Rússia na África. Os dois países atuam juntos em organismos internacionais, assumindo posições próximas ou idênticas em relação a questões internacionais.

Os estreitos laços políticos estabelecidos durante o apoio soviético ao movimento de libertação de Angola e a cooperação técnico-militar de longa data entre os dois países são os principais pilares da parceria russo-angolana. No entanto, o relatório dedicado ao relacionamento bilateral elaborado pelo Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais afirma que a cooperação política entre os dois países é mais intensa do que o intercâmbio comercial: a Rússia é o único país do Brics a não estar entre os dez maiores parceiros comercias de Angola, ocupando a 27ª posição da lista. Isso porque as economias dos dois países não se complementam. Ambos os países são exportadores de recursos energéticos. Mercadorias angolanas não interessam à Rússia, enquanto o equipamento russo é muito caro para Angola, afirma o co-autor do relatório Vladímir Chúbin, do Instituto de Estudos Africanos da Academia de Ciências da Rússia.

Entre os fornecedores ativos de armas a Angola estão o Brasil e a China, mas a Rússia continua formando militares angolanos. Em 2012, mais de 500 angolanos foram formados em universidades militares russas.

 

Publicado originalmente em russo pelo Vedomosti

Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies