Linha de alta velocidade reduzirá o tempo de viagem de 14 para 3,5 horas Foto: ITAR-TASS
A construção de uma linha para o trem de alta velocidade que ligará as cidades de Moscou e de Kazan vai ter início em 2015. O presidente russo Vladímir Pútin, que demonstrou esperança em atrair investidores privados para cobrir 30% dos US$ 30 bilhões estimados, anunciou também que a nova linha poderá ser estendida até a cidade siberiana de Krasnoiarsk.
“A velocidade normal para o transporte ferroviário é de 140 a 200 km/h, enquanto um trem-bala pode atingir a velocidade de 200 a 400 km/h”, afirma um representante da Russian Railways. Como o tempo de viagem será reduzido de 14 para 3,5 horas, acredita-se que 7,5 milhões de pessoas usarão os serviços do novo meio de transporte logo no primeiro ano após o seu lançamento.
A decisão de realizar os projetos de infraestrutura de grande porte, como a construção da autoestrada circular no centro de Moscou e o trecho de trem-bala que ligará a capital com a cidade de Kazan, assim como a reconstrução da ferrovia Transiberiana e linha ferroviária Baikal-Amur, foi anunciada por Pútin durante um fórum de assuntos econômicos em junho deste ano.
A licitação referente à elaboração do projeto do trem-bala que deverá estar pronta até o final de 2014 será efetuada em setembro, e o período de construção será entre 2015 e 2018. A realização do projeto de construção da linha de trem-bala com a extensão acima de 800 km favorecerá o desenvolvimento econômico da cidade de Kazan, devido aos novos investimentos, criação de empregos e melhor integração entre as unidades federativas russas.
Porém, na opinião dos ambientalistas, o novo projeto de construção causará danos às áreas naturais como parque nacional Voljsko-Kamski, um dos locais ecológicos reconhecidos pela Unesco, e parques locais Lebiajie e Lago Azul. Na semana passada, diversos ativistas se manifestaram contra a nova linha.
O especialista independente Rifa Zarifullin alega que a construção não seria prejudicial apenas para o meio ambiente, mas também exigiria muitos recursos financeiros. “Os gastos valeriam a pena, se o projeto fosse lucrativo. Mas levando em consideração a baixa renda da população russa, os subsídios do governo aos preços de passagens serão necessários”, afirma Zarifullin.
O modelo financeiro atual da linha de trem de alta velocidade Moscou-Kazan é mal elaborado e pouco convincente, já que o projeto original europeu que serviu como base não corresponde às necessidade atuais do país. “Ao contrário da Rússia, o território europeu caracteriza-se pela alta densidade demográfica”, afirma Ibraguim Botachev, analítico sênior do fundo financeiro Solid.
Levando em consideração a experiência europeia e a influência do governo russo no estabelecimento de tarifas para transporte ferroviário, é muito provável que a rentabilidade da linha não exceda os 5%.
A solução mais barata seria o desenvolvimento do setor de transporte aéreo, inclusive a criação das condições para operação das companhias de baixo custo, sugerem os especialistas. “A saída das empresas Avianova e Sky Express que ofereciam opções baratas de voos no mercado russo não deixou nenhuma esperança para o futuro aparecimento das empresas similares”, ressalta Serguêi Kovjarov, gestor na agência financeira AForex.
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