A regeneração da ciência russa

Congresso internacional em São Petersburgo reuniu mais de 3 mil representantes de países da Europa, Ásia e América Foto: ITAR-TASS

Congresso internacional em São Petersburgo reuniu mais de 3 mil representantes de países da Europa, Ásia e América Foto: ITAR-TASS

Nos últimos 30 anos, a ciência russa se manteve afastada da vanguarda de pesquisa, e os biólogos nacionais trabalharam arduamente para reconquistar o prestigio perdido. Congresso de bioquímica em São Petersburgo marcou o retorno da Rússia à elite científica internacional.

Em 2004, alguns bioquímicos russos liderados pelo renomado Vladímir Skuláchev sintetizaram o composto SkQ1, que é visto como um possível remédio antienvelhecimento. Paralelamente, o acadêmico da Academia de Ciências da Rússia, Serguêi Lukiánov, desenvolveu uma tecnologia única para produzir proteínas fluorescentes, que permitem estudar as células de organismos vivos, e os cientistas do Instituto de Biologia genética criaram uma molécula “nanotransportadora”, capaz de fazer com que uma droga chegue ao núcleo da célula.

Quando os representantes da FEBS  chegaram em Novosibirsk para o 5o Congresso da Sociedade Russa de Bioquímica e Biologia Molecular, em 2008, os convidados ficaram tão impressionados com o alto nível dos relatórios apresentados que convidaram os seus colegas russos para participar do concurso para sede do Congresso da Federação Europeia de Sociedades de Bioquímica (FEBS).

São Petersburgo conquistou finalmente o direito de receber o 38 º Congresso da Federação Europeia de Sociedades de Bioquímica (FEBS). Além de ser um dos maiores fóruns internacionais no campo das ciências naturais, o evento realizado entre os dia 6 e 11 de julho deste ano representou uma vitória da ciência russa. Afinal, este foi o segundo evento desta escala realizado desde 1984, quando  o congresso da FEBS aconteceu em Moscou, então capital da União Soviética.

O 38º Congresso FEBS ofereceu aos participantes uma oportunidade única de conhecer os novos projetos de outros países, e proporcionou o encontro de jovens cientistas com os mestres na área. “Daqui por diante caberá aos jovens restaurar a ciência russa”, reforça Aleksandr Gabibov, presidente da Sociedade Russa de Bioquímica e Biologia Molecular e também do Comitê Organizador da FEBS.

Além de contar com palestras de 11 ganhadores do Prêmio Nobel, o congresso FEBS-2013 envolveu 3 mil participantes da Europa, EUA, Canadá, China e Japão, assim como 300 jovens cientistas russos apoiados financeiramente pela Fundação para a Pesquisa Básica da Rússia.

O Centro de Inovação Skôlkovo foi o instituto russo que teve maior representação nacional, ao apresentar um programa de células-tronco e desenvolvimentos para vencer o câncer. “Dificilmente alcançaríamos os resultados de hoje sem a participação do Skôlkovo , que financia dois dos nossos projetos”, declarou Piotr Fedichev, diretor científico da QuantumPharmaceuticals, que integra parque tecnológico de Skôlkovo, nos arredores de Moscou.

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