Os trabalhos de Starobínski e Muhanov permitiram prever quais as características especiais deve ter hoje em dia o espectro da radiação cósmica de fundo, a única evidência que restou dos momentos iniciais do nascimento do Universo Foto: wikipedia
Os conhecidos físicos russos Aleksêi Starobínski e Viatcheslav Mukhanov foram declarados vencedores do prestigiado Prêmio Gruber de Cosmologia de 2013.
No dia 3 de setembro, Starobínski, diretor científico do Instituto de Física Teórica Landau, e Mukhanov, professor e chefe do Departamento de Astropartículas da Universidade Ludwig Maximilian (Alemanha), receberão um prêmio de US$ 500 mil pela sua contribuição na criação da Teoria da Inflação (Modelo do Universo Inflacionário).
"No período de intenso desenvolvimento do modelo cosmológico padrão, Mukhanov e Starobínski criaram teorias através das quais foi possível obter respostas a duas perguntas fundamentais na cosmologia: por que a estrutura do Universo é tão homogênea em grandes escalas e de onde vieram os desvios dessa uniformidade, como as galáxias, os planetas e as pessoas", descreve um post do site da Fundação Gruber.
O Prêmio Internacional Gruber de Cosmologia é dado a cientistas que trabalham nas áreas da cosmologia, genética e da neurociência cujos “trabalhos inovadores estão se transformando em fontes de novos modelos que levam a mudanças fundamentais no campo do conhecimento e da cultura”, diz a Fundação Gruber.
Starobínski é um reconhecido especialista na área da cosmologia e da gravitação. Foi o primeiro cientista do mundo a propor que seria indispensável complementar a equação de Einstein para que ela possa descrever o Universo muito jovem, caracterizado por uma elevada curvatura do espaço-tempo.
"A coragem científica de Starobínski consiste no fato de que ele disse: ‘vamos mudar a própria teoria da relatividade'”, explicou à “Gazeta.ru” o doutor em ciências físicas e matemáticas Konstantin Postnov, um dos principais pesquisadores do Departamento de Astrofísica Relativista do Instituto Astronômico do Estado Sternberg, da Universidade Estatal de Moscou.
Os trabalhos de Starobínski e Muhanov permitiram prever quais as características especiais deve ter hoje em dia o espectro da radiação cósmica de fundo, a única evidência que restou dos momentos iniciais do nascimento do Universo, quando a matéria e a luz se separaram, e o Universo quente tornou-se transparente.
Mukhanov foi para o exterior no início dos anos 1990.
"Devido a burocracia, ele nem mesmo foi capaz de conservar a cidadania russa”, disse Starobínski contou em entrevista à "Gazeta.ru".
“Viatcheslav é meu colega, trabalhamos em temas paralelos e utilizamos reciprocamente os feitos um do outro”, completou Starobínski.
Publicado originalmente pela Gazeta.ru
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