Cientistas russos dão novo passo rumo ao “computador do futuro”

Por ser a menor unidade de armazenamento de dados num computador quântico, o qubit é o elemento fundamental dos computadores do futuro Foto: Voz da Rússia

Por ser a menor unidade de armazenamento de dados num computador quântico, o qubit é o elemento fundamental dos computadores do futuro Foto: Voz da Rússia

Especialistas do laboratório da Universidade MISA testaram e mediram a unidade básica de armazenamento de informação quântica. Promessa é construir no futuro computadores quânticos que poderão fazer contas muito mais rápido do que as máquinas atuais.

Os cientistas russos fizeram um grande avanço na tecnologia da informação. No laboratório da Universidade MISA (ex-Instituto de Moscou de Aço e Ligas), eles testaram e mediram o bit supercondutor quântico – ou qubit, como é chamado por especialistas –, que é a unidade básica de armazenamento de informação quântica. Os especialistas garantem que em breve serão criados na Rússia computadores quânticos.

Um bit quântico, ou qubit, é chamado não apenas a menor unidade de armazenamento de dados num computador quântico, mas o coração dessa máquina do futuro. Cientistas ao redor do mundo estão esperando o surgimento de um computador quântico, afinal, ele será capaz de fazer contas na ordem das centenas ou mesmo milhares de vezes mais rápido do que um computador convencional. E isso abre enormes oportunidades em diversas áreas. Até mesmo o tempo poderá ser previsto com meses de antecedência com 100% de precisão.

Mas, por enquanto, os cientistas russos liderados por Aleksei Ustinov, membro do conselho científico do Centro Quântico Russo e chefe do Laboratório de Metamateriais Supercondutores da Universidade MISA, deram um passo importante para a criação de um computador do futuro, testando um qubit supercondutor.

“O qubit consiste de um laço muito estreito, feito de metal, que a baixa temperatura torna-se um supercondutor, o tamanho desse laço é de 10-20 mícrons, e o laço é interrompido em dois lugares por espaços livres”, explica Ustinov.

Para que um qubit se torne um verdadeiro gênio da matemática, ele deve ser posto num estado quântico de trabalho. Isso pode ser conseguido apenas ao esfriá-lo a uma temperatura próxima do zero absoluto, e isso são quase 273 graus centígrados negativos, e ao colocá-lo num campo magnético fraco. Os qubits vivem no estado quântico por apenas um milionésimo de segundo. Mas mesmo nesse momento eles conseguem calcular centenas de operações.

O projeto dirigido por Ustinov ganhou uma concessão de US$ 5 milhões na competição anunciada pelo Ministério da Educação e Ciência. O novo laboratório, criado no âmbito do projeto na Universidade Nacional de Pesquisa e Tecnologia MISA, está agora munido de equipamentos de última geração, tornando possível a realização destas experiências únicas.

“Nós mostramos que podemos realizar tais medições e fazer experimentos com qubits na Rússia. Este é apenas o primeiro passo, mas ele mostra que temos as ferramentas para trabalharmos em tal física”, acrescenta o cientista. 

Essa conquista coloca a Rússia entre os líderes mundiais que estão desenvolvendo computadores quânticos. Segundo o chefe do laboratório de supercondutividade do Instituto de Física dos Sólidos da Academia de Ciências da Rússia, Váleri Riazanov, não são muitos os Estados que podem realizar tais pesquisas. Os cientistas russos planejam agora realizar experimentos na manipulação do estado quântico de um, e, em seguida, de vários qubits.

 

Publicado originalmente pelo Voz da Rússia

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