Contrato com o Brasil é o primeiro caso de exportação de medicamentos russos fora da CEI

O bevacizumabe está na segunda das três fases de ensaios clínicos Foto: PhotoXPress

O bevacizumabe está na segunda das três fases de ensaios clínicos Foto: PhotoXPress

Parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) fará da Biocad a primeira empresa russa a exportar medicamentos para fora do território antes ocupado pela URSS. Após cinco anos de contrato, brasileiros poderão começar a produzir versão análoga.

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) assinou com o Ministério da Saúde do Brasil um contrato de cinco anos para o fornecimento do fármaco anticancerígeno bevacizumabe, desenvolvido pela empresa russa Biocad. O anúncio foi feito em entrevista ao “Vedomosti” pelo coproprietário e diretor-geral da empresa, Dmítri Morozov.

A subsidiária da empresa russa Biocad Brazil vai produzir o medicamento bevacizumabe em um projeto conjunto de parceria público-privada com o Tecpar. Como o Brasil só compra medicamentos caros de empresas locais participadas pelo governo, o estabelecimento da parceria oferece uma boa oportunidade para as empresas privadas entrarem no sistema de contratos públicos brasileiro.

“A exportação de medicamentos a países como o Brasil pode representar uma prévia para os fabricantes de produtos farmacêuticos russos”, diz o diretor-geral da IMS Health Rússia e CEI, Nikolai Demidov. Até agora, a Rússia só exportava medicamentos para os países da CEI (Comunidade de Estados Independentes, composta por ex-repúblicas soviéticas, menos a Geórgia e os países bálticos), Vietnã e alguns países africanos.

“Poucos são os fabricantes daqui que conseguem vender seus produtos fora da região”, concorda o diretor-geral do DSM Group, Serguêi Chuliak.

Economia adiante

O bevacizumabe está na segunda das três fases de ensaios clínicos. O acordo prevê que a Biocad transfira tecnologias ao parceiro brasileiro. Após o registro do fármaco, o governo brasileiro irá comprá-lo por cinco anos das empresas parceiras. “A previsão é que o medicamento entre no mercado brasileiro no final de 2015 ou início de 2016”, anunciou o diretor-geral da Biocad.

O Ministério da Saúde do Brasil gastará R$ 177 milhões por ano com a importação do bevacizumabe. Porém, com a introdução de um análogo no futuro, as despesas do governo federal com a compra do bevacizumabe deve diminuir para R$ 110 milhões, informou o diretor- presidente do Tecpar, Júlio Felix, citado pelo site do Estado do Paraná.

 

Publicado originalmente pelo Vedomosti 

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