Primeiro-ministro da Federação Russa, Dmítri Medvedev, visita a usina nuclear em São Petersburgo Foto: AP
Os principais especialistas, executivos e autoridades de diversos países estarão reunidos na Conferência Internacional sobre Energia Nuclear no século 21, que ocorrerá em São Petersburgo no final de junho.
O mercado mundial de energia nuclear, estimado em US$ 133 bilhões em 2011 pela Rosatom (empresa estatal de energia nuclear da Rússia), está passando por um momento crítico, em meio à queda do apoio público pós-Fukushima e o aumento da concorrência fomentada pela revolução do xisto e fontes alternativas de energia.
Ainda assim, a Rosatom prevê que a crescente demanda global por energia barata impulsione esse mercado para US$ 300 bilhões até 2030.
“A demanda por energia nuclear não mudou; sua estrutura foi alterada. Se antes tínhamos clientes interessados em reatores nucleares de segunda geração, agora todo mundo quer a tecnologia mais segura disponível”, diz o porta-voz da Rosatom, Vladislav Bochkov, enfatizando que xisto e fontes alternativas de energia não são capazes de competir com a energia nuclear em termos de preço e segurança.
Tchernóbil
“A experiência de Tchernóbil deu à Rússia um impulso para desenvolver os mais sofisticados sistemas de segurança”, afirma Bochkov. “Por causa dessa experiência, criamos um dispositivo que localiza automaticamente todos os vazamentos de radiação em caso de emergência dentro de uma área não habitada.”
Os cientistas russos também permanecem à frente na investigação global de reatores de nêutrons rápidos, centrífugas de enriquecimento de urânio, sistemas de resfriamento ativo e passivo, combustível nuclear e reatores nucleares no espaço.
Esses avanços ajudaram o país a garantir a posição de líder mundial na exportação de tecnologia nuclear e a abrir novas fábricas na China, Índia e Irã ao longo dos últimos seis anos. A Rosatom também tem contratos na Turquia, Vietnã e Bielorrússia que, juntos, são estimados em US$ 70 bilhões.
O chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Yukiya Amano, visitou a Rússia em maio para inspecionar os últimos avanços do país em segurança nuclear e assistir a testes de resistência na usina de Kaliningrado.
Atualmente, a energia nuclear é responsável pela produção de 372 gigawatts (GW) de eletricidade em 194 usinas e 437 reatores espalhados pelo mundo. Amano acredita que esse número deverá aumentar em 80 a 90 GW em um futuro próximo, considerando o papel das usinas nucleares como fonte estável de geração de energia, capaz de garantir soberania energética a vários países.
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