Com nova nave, voo de ida e volta para Marte levará de 2 a 4 meses Foto: NASA
Um novo foguete nuclear russo permitirá multiplicar a velocidade de movimento através do espaço: um voo de ida e volta para Marte levará de dois a quatro meses, enquanto o foguete atual gasta um ano e meio a dois ano para realizar o mesmo percurso.
“A questão é que os motores químicos que são utilizados hoje na indústria espacial têm limitações em termos de impulso específico e, como consequência, de velocidade. É simplesmente impossível acelerar acima da terceira marcha espacial (equivalente a 16,6 km/s). No foguete nuclear, é possível alcançar valores de impulso muito maiores”, diz diretor do centro Keldich, Anatóli Koroteiev.
Os primeiros motores nucleares para naves espaciais foram desenvolvidos na União Soviética e Estados Unidos no anos 50 do século passado. O objetivo era criar motores de foguete, que, em vez de energia química para a queima de combustível e oxidante, usaria hidrogênio aquecido a uma temperatura de cerca de 3 mil graus. Mas descobriu-se que este caminho é ineficiente e ambos os países interromperam o desenvolvimento de seus projetos.
Atualmente, o centro Keldich oferece uma abordagem completamente diferente. Para explicar essa evolução, basta fazer uma analogia entre um motor híbrido de um automóvel e um motor comum. Em um carro comum o motor gira as rodas, enquanto que o motor de um carro híbrido gera energia elétrica e esta gira as rodas. Isto é, cria-se uma espécie de estação elétrica intermédia.
O novo reator espacial funciona com o mesmo princípio. Ele não aquece o jato expelido, mas produz eletricidade. O gás quente do reator gira uma turbina, que, por sua vez, movimenta um gerador elétrico e um compressor, garantindo a circulação do propelente em um circuito fechado.
Os testes do novo motor poderão ser feitos em polígonos russos relativamente pequenos; graças a isso, não haverá necessidade de alugar bases de outros governos, que sempre envolvem longas negociações sobre a utilização da energia nuclear em um território estrangeiro.
Há dois anos, o então presidente russo Dmítri Medvedev destinou uma verba de US$ 544,4 milhões para financiar o projeto do módulo espacial. Desses recursos, US$ 232 serão gastos pela corporação estatal Rosatom na criação do reator. A criação de um sistema de propulsão nuclear ficará sob responsabilidade do Centro de Pesquisa de Keldich, e a corporação de foguetes espaciais Enérguia vai construir a nave espacial, que será lançada após 2025.
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: