Pesquisa mostrou uma ligação entre a presença de variações do gene de um receptor de serotonina no genótipo de uma pessoa com a presença de transtornos depressivos Foto: Alamy / Legion Media
Pesquisadores do Instituto de Pesquisas sobre a Saúde Mental Soran mostraram uma ligação entre a presença de variações do gene de um tipo receptor de serotonina no genótipo de uma pessoa com a presença de transtornos depressivos. Os resultados podem ser úteis na prática médica: com seu auxílio, é possível escolher medicamentos personalizados mais precisos para combater a depressão.
No surgimento e desenvolvimento do estado de depressão, um dos papéis mais importantes cabe à serotonina, ou melhor, ao seu déficit. A serotonina é uma substância que atua nos sistemas nervoso e endócrino como modulador, ou seja, como componente que afeta ao mesmo tempo muitas vias nervosas e processos.
Em particular, está provado que a falta de serotonina pode diminuir o humor, a atividade motora e a motivação, devido à diminuição de fabricação de hormônios de duas glândulas neuroendócrinas –o hipotálamo e a glândula pituitária.
Os cientistas do Laboratório de Genética Molecular e Bioquímica Soran (cuja chefe é a professora Svetlana Ivanova), colocaram como meta o descobrimento de quais moléculas no sistema nervoso envolvidas na percepção e processamento de serotonina influenciam também a presença ou ausência de depressão nos seres humanos.
No laboratório, foram testados muitos genes receptores de serotonina, e vetores deste modulador, bem como outros fatores neuro-humorais (fatores neurotróficos do cérebro, neuroesteróides) que são associados com a neuroplasticidade e encontram-se em interconexão com os sistemas neuromediadores do cérebro.
Os cientistas identificaram como essas substâncias estão envolvidas na gênese e no desenvolvimento dos sintomas da depressão. No estudo atual, a atenção foi focada no gene de um dos tipos receptores de serotonina, o 5-HT2C .
O gene 5-HT2C possui duas formas (2 alelos) –C e G. O produto de cada forma é diferente do outro pela capacidade de conectar a serotonina. A proteína codificada pelo alelo C associa-se às moléculas do modulador com força duas vezes menor do que a variação da molécula derivada do alelo G. Entre os pacientes com transtornos depressivos, a variação C do gene receptor de serotonina e o genótipo SS eram encontrados mais freqüentemente do que entre os participantes saudáveis do grupo de estudo.
Embora o trabalho originalmente tenha sido posicionado como uma aplicação fundamental, a utilização prática de seus resultados é possível e até mesmo necessária.
"As nossas investigações futuras de fatores biológicos moleculares e neuro-humorais de transtornos psíquicos permitirão evidenciar os critérios para o desenvolvimento de sintomas depressivos e formar um ‘grupo de risco’ para monitorar esses pacientes já na fase inicial da doença e evitar a tendência desfavorável na dinâmica de transtornos”, disse Ivanova.
Publicado originalmente pelo Strf.ru
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