Diretor da Yota,Vladisláv Martinov, que está lançando primeiro smartphone russo, fala sobre perspectivas do produto
A telecom russa Yota está planejando para setembro deste ano o lançamento do primeiro smartphone russo. O anúncio da novidade causou furor durante a Consumer Electronics Show 2013, em Las Vegas. Entre as novidades do novo aparelho está uma segunda tela, em e-ink, que, além de ser mais apropriada para a leitura, consome muito menos energia, prolongando a vida da bateria. O diretor-executivo da Yota, Vladisláv Martinov, recebeu a Gazeta Russa e conta quais as vantagens do aparelho, como surgiu a ideia, e onde será posível encontrar a novidade:
Gazeta Russa: Como surgiu a ideia de fabricar um telefone com duas telas?
Vladisláv Martinov: Há três anos, decidimos testar a nossa capacidade de criar um dispositivo único e diferente, porque entendemos que se quiséssemos alcançar o sucesso em um mercado onde reinam os desenvolvedores coreanos e americanos, nosso telefone devia ter vantagens exclusivas.
Começamos a estudar os problemas com os quais se deparam os usuários de smartphones e elaboramos uma lista. Constatamos que o maior problema era o elevado consumo de energia. A tela de LCD do telefone é o item que consome mais energia. Por isso, no início pensamos em substituí-la. Depois, porém, compreendemos que não deveríamos reinventar a roda. Simplesmente, decidimos adicionar ao smartphone um display e-ink econômico, como aqueles usados em e-books. Usado ativamente no lugar display comum, esse dispositivo funciona por um tempo de 3 a 4 vezes mais longo.
GR: Quais são os mercados prioritários para a novidade da Yota?
V.M.: Esperamos que haja demanda por nossos telefones em todo o mundo. Naturalmente, há mercados onde os smartphones têm maior saída por serem extremamente populares, como a América do Norte, os países desenvolvidos da Europa e a América Latina, mais especificamente o Brasil. E há a região Ásia-Pacífico, que não é responsável por muitas vendas. Nosso foco é a Rússia, como mercado doméstico e país pertencente ao primeiro grupo citado. Quanto ao segundo grupo, apenas alguns países são de nosso interesse, entre eles, Austrália e Cingapura, onde recentemente abrimos um escritório de representação.
GR: Há rumores de que as vendas começarão nos EUA antes da Rússia...
V.M.: Não é bem assim. Até o final deste ano vamos lançar o telefone na Rússia. A expansão internacional depende do andamento do processo de negociação com as operadoras globais de telecomunicações. É exatamente por meio delas que vamos entrar no mercado externo. Já estamos negociando com vinte das maiores operadoras globais, que trabalham em pelo menos 5 ou 10 países. Elas irão definir, de acordo com suas prioridades, para onde iremos, pois sabem melhor onde nosso produto tem maior potencial. Exatamente por isso, escolhemos esse esquema de distribuição.
GR: Como os potenciais parceiros se posicionam em relação ao fato de que o seu smartphone é um produto "made in Russia"? Eles não questionam sua qualidade?
V.M.: Dentro do modelo atual de distribuição do trabalho, afirmar que o telefone é “made Russia” seria forçar muito a barra. Pelo que sei, o mundo não têm dispositivos móveis que não sejam montados na Ásia. Nós estamos nos posicionando como uma empresa russa que criou uma ideia, desenvolveu o design e o software.
Quanto à parte metálica, em nossa empresa na Finlândia trabalham engenheiros de hardware, de antenas, que têm 20 anos de experiência como colaboradores da Nokia. A filial de Cingapura conta com especialistas que trabalharam anteriormente na BlackBerry. As pessoas que são responsáveis pelas vendas na Europa são ex-funcionários da Motorola. Portanto, temos uma equipe internacional. Tenho certeza de que, com o nível atual de globalização, temos a melhor receita para o sucesso.
GR: Quantas pessoas estão trabalhando no projeto?
V.M.: Não muitas. São 55 funcionários fixos e cerca de 10 sob contratos temporários.
GR: Vocês já decidiram quantos smartphones serão produzidos no primeiro lote?
V.M.: Tudo vai depender do acordo com as operadoras. Acho que, para começar, produziremos entre 20 mil e 30 mil unidades.
GR: Há algum tempo, a companhia Apple revolucionou o mercado de telefonia móvel com o lançamento do iPhone. Você espera repetir esse sucesso?
V.M.: Claro, contamos com isso! Acreditamos que isso é possível porque o grande sucesso da Apple foi garantido exatamente pelo fator comodidade de utilização do aparelho. Revelou-se que controlar a tela sensorial com o dedo é muito mais confortável! Mas, nos últimos 6 anos, não apareceu nada de novo no mundo. Portanto, temos todas as chances de sermos os próximos revolucionários.
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