A cada dois anos, LAAD reúne representantes da indústria de defesa e segurança Foto: RIA Nóvosti
Durante a Feira Internacional de Defesa e Segurança (LAAD), realizada na semana passada no Rio de Janeiro, os stands das empresas russas foram visitados por milhares de especialistas e curiosos. No espaço estavam expostos mais de duzentos protótipos de armas e equipamentos militares, desde o modelo em escala do sistema de mísseis antiaéreos portáteis Igla-S até maquetes e simuladores do sistema de defesa antiaérea Pantsir-S1 e S-300.
Entre eles, estavam os ministros da Defesa do Brasil, Argentina, Peru, Chile, Ucrânia, além de coronéis e comandantes de tropas de diversos países latino-americanos e africanos. Para recepcioná-los e falar sobre as inovações dos equipamentos expostos, as possibilidades de exportação e até mesmo sobre a produção conjunta de equipamentos no território desses países, estiveram presentes no evento Aleksandr Fomin, chefe da delegação russa e do chefe do Serviço Federal de cooperação técnico-militar, e Serguêi Ladiguin, chefe da delegação da Rosoboronexport, entre outros especialistas russos.
Foi num desses encontros que surgiu a conversa sobre os sistemas Pechora e Paraná, motivada pelo contrato que deve ser firmado nas próximas semanas pela empresa KB, sediada em Tula, e prevê o fornecimento para o Brasil de três baterias (18 carros de combate) do sistema antiaéreo de mísseis Pantsir- S1. O governo brasileiro vai adquirir o sistema para garantir a segurança dos estádios e outros locais públicos durante a Copa do mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Embora o acordo ainda não tenha sido concluído, as discussões sobre o tema foram retomadas na reunião bilateral dos presidentes Vladímir Pútin e Dilma Rousseff, durante a cúpula dos Brics no mês passado.
O contrato para a aquisição do Pantsir-S1 inclui um programa de compensação no qual é previsto que a manutenção do sistema antiaéreo será realizada por empresas brasileiras. Também será liberada, sob a licença russa, a produção de munição para o canhão de 30 mm. Esse trabalho poderá ser feito pela Odebrecht Defesa e Tecnologia, que já colabora com empresas russas em vários projetos. Os exportadores de armas russas também esperam que, depois que a parceria entre Moscou e o Brasil passar para a próxima fase, os projetistas russos comecem a desenvolver, juntamente com especialistas brasileiros, um sistema antiaéreo de mísseis inteiramente novo, chamado Paraná. Nele, serão utilizados componentes brasileiros como rodas e radares, além de outros itens fabricados pela indústria de defesa brasileira.
O Paraná não é, contudo, o único projeto conjunto que Moscou está propondo ao Brasil. Entre as futuras parcerias, está incluída a criação de um centro de serviço de manutenção de aviões e helicópteros no país latino-americano. Por considerar o Brasil um país altamente desenvolvido em matéria de tecnologia e que conta com especialistas bastante qualificados, a ideia é intensificar cada vez mais a cooperação no setor de alta tecnologia, garantiram os especialistas russos presentes no evento.
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