Foto: AFP / East News
A Rússia vai concluir o plano para um programa de se proteger contra ameaças vindas do espaço até o final deste ano, informou o ministro da Defesa Civil, Vladímir Putchkov, nesta terça-feira (12).
“O programa será aprovado até o final de 2013, e vamos começar sua implementação passo-a-passo”, disse Putchkov, acrescentando que o programa incluirá sistemas de alerta e cursos de treinamento para casos de emergência pública.
Em uma sessão do Conselho da Federação (câmara alta do parlamento russo), o diretor da agência espacial federal (Roscomos), Vladímir Popóvkin, havia proposto que um órgão federal ficasse encarregado de desenvolver um sistema para evitar a ameaça de asteroides, acrescentando que até agora as atividades de várias agências governamentais carecem de coordenação e não têm uma base operacional uniforme.
A Academia de Ciências da Rússia deve, portanto, ficar responsável pelo desenvolvimento desse sistema de monitoramento de asteroides, segundo Popóvkin, enquanto a Roscosmos ficará encarregada de monitorar detritos espaciais e o Ministério dos Negócios Estrangeiros, de combater as ameaças espaciais em nível interestadual.
“A Roscosmos está atualmente tentando identificar e classificar alguns objetos espaciais potencialmente perigosos”, declarou o diretor da agência.
Boris Chustov, diretor do Instituto de Astronomia da Academia Russa de Ciências, disse também que “telescópios superpoderosos devem ser usados para detectar objetos espaciais perigosos em tempo hábil”.
Para tanto, devem ser construídos sistemas terrestres e espaciais, uma vez que os que telescópios “comuns” são incapazes de detectar as ameaças. Esse é o caso do desenvolvimento de um telescópio de grande-angular, o AZT-33, perto do lago Baikal, a um custo de 500 milhões de rublos (cerca de US$ 17 milhões).
O anúncio do programa foi feito um mês depois de um meteorito entrar na atmosfera sem ser detectado pelos atuais sistemas de monitoramento do espaço e colidir nos Urais, acompanhado por uma enorme explosão sonora que estourou janelas, danificou milhares de edifícios nos entornos da cidade de Tcheliábinsk e deixou mais 1.500 pessoas feridas.
Chustov comentou ainda que o “objeto extraterrestre” que explodiu sobre Tcheliábinsk, em fevereiro, nem sequer pertencia à classe de objetos perigosos. “Se o corpo celeste tivesse 50 metros [de diâmetro], então não haveria chance alguma”, disse o especialista, sem entrar em detalhes.
A Nasa (agência espacial norte-americana) estimava que o meteorito tivesse aproximadamente 15 metros de diâmetro quando entrou na atmosfera, viajando muitas vezes mais rápido do que a velocidade do som, e explodiu como uma bola de fogo mais brilhante do que o sol.
Publicado originalmente pela RIA Nóvosti
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