Foto: Divulgação
É certo que o público de língua inglesa não é o único que pensa que o YotaPhone é ideal, e não são todos os russos que o condenam, mas esses são os sentimentos manifestados de uma forma geral. Além disso, não dá pra negar que é comum se falar mal de tudo o que é nacional na Rússia.
No
entanto, é preciso para 2010, quando Serguêi Tchemezov, chefe da
empresa estatal Rostetchnologi, mostrou o modelo do concorrente do
iPhone para o então presidente russo, Dmítri Medvedev. Um vídeo
curto desse encontro foi instantaneamente espalhado pela rede, e as
pessoas riam e discutiam a próxima esquisitisse russa, além de
falar sobre como o presidente foi iludido na frente de todo o país e
sobre incapacidade das corporações locais de criar algo sozinhas,
comprando apenas produtos acabados na China e Taiwan.
Foi
exatamente essa demonstração precoce de um protótipo inoperante
que trouxe uma onda forte de críticas sobre o futuro do YotaPhone, e
a crítica naquele momento era completamente justificada. O que foi
exibido para o presidente era um pedaço de plástico de design
esquisito, juntamente com um esqueleto de projeto.
Na
ocasião, ninguém acreditou no futuro do projeto, e a empresa
Skartel (que iniciou o desenvolvimento do produto) nem poderia
esperar atrair grandes investimentos de fora. Tudo o que restou para
a companhia era contar com a ajuda do Estado e conduzir o seu projeto
dentro dessa situação complicada. Atualmente, os desenvolvedores se
separaram da corporação e o nome da nova empresa é Yota Devices.
No entanto, apesar das dificuldades, a empresa conseguiu cumprir sua missão. O protótipo do smartphone YotaPhone foi demonstradao ao mundo em primeira mão, no início deste ano, durante Feira da Eletrônica (Consumer Electronics Show), que ocorre anualmente em Las Vegas.
A sorte da empresa foi que, nos anos de 2012-2013, as grandes corporações do ramo se recusaram a exibir seus melhores produtos em feiras, dando preferência às apresentações individuais. Por isso, o YotaPhone praticamente não teve concorrentes durante a feira. Durante a exposição, o produto o ganhou até o Prêmio “Os Melhores da CES 2013” na categoria Mobile 2013 do portal cnet.com.
A
Yota Devices na Rússia planeja começar a vender os dispositivos de
seu smartphone no terceiro trimestre de 2013, e o preço aproximado
será de US$ 660. A empresa salientou que não existem planos de
produzir e vender aparelhos em grande escala, já que antes deseja
provar a viabilidade do novo conceito.
Tela
para leitura
O
YotaPhone tem em sua concepção uma ideia nova e interessante, que é
combinar dois monitores em um único dispositivo: um display colorido
clássico e a tela que funciona como um papel eletrônico, a “e-ink”.
Essa solução permite estender a funcionalidade do
dispositivo e aumentar o conforto do smartphone para a resolução de
tarefas específicas, como, por exemplo, a leitura de livros. O
diferencial em relação aos demais smartphones nesse aspecto é o
tamanho da tela e sua qualidade. Na tela “e-ink” do YotaPhone, o
usuário pode ler em uma tela especial que não cansa os olhos, como
se o texto estivesse impresso em papel.
É
possível utilizar o display de “e-ink” do YotaPhone também para
outras tarefas. Ler mensagens de texto, ver as notícias no Facebook,
usar para navegação e a leitura de notícias são algumas delas.
O mais importante, contudo, é que esse display acaba
gastando menos bateria do que o colorido. Com o uso constante da tela
principal, o YotaPhone permanece ligado por um dia ou um dia e meio,
como qualquer outro smartphone moderno, mas, usando a tela de
“e-ink”, o telefone poderá funcionar vários dias com uma única
carga.
Internamente, o YotaPhone é equipado com um chipset da Qualcomm Dual-Core 1,5 Ghz de velocidade, 2 GB de memória RAM e 32 ou 64 GB de memória flash para armazenamento interno de dados do usuário. Cada uma das duas telas (tanto a principal, com resolução de 1280 x 720 pixels, como o segundo display, o “e-ink”) tem 4,3 polegadas.
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: