Sistema Krona ganhou um radar de alta precisão para identificar e localizar os alvos em órbita. Foto: rtisystems.ru
De acordo com informações divulgadas pelo Estado-Maior das Forças Armadas Russas, o Ministério da Defesa da Rússia irá testar a versão atualizada do sistema antissatélite Krona neste ano.
Existem dois roteiros ensaiados de destruir satélites:
O primeiro prevê a colocação em órbita programada de um satélite interceptor que, na segunda ou terceira volta, se aproxima do alvo e explode.
Já no segundo roteiro, um míssil cinético é colocado por um veículo transportador em um ponto programado e atinge o alvo usando um sistema de guiamento.
O novo sistema integrado à Força Espacial russa e ao sistema de controle do espaço será capaz de monitorar o espaço circunterrestre em regime passivo e ativo (a laser). Os dados obtidos serão processados e encaminhados ao Centro de Controle do Espaço (CCE).
Embora seu desenvolvimento tenha iniciado na época soviética, o sistema Krona ficou abandonado na década de 1990 por falta de financiamento.
O sistema, que foi retomado no ano 2000, é composto de dois blocos: um localizador óptico e a laser e uma estação de radar. Como complemento aéreo, eram usados caças interceptores MiG-31d armados com mísseis Kontakt. Acreditava-se que esses mísseis equipados com ogivas cinéticas eram capazes de derrubar satélites em órbita.
Com o tempo, os MIG-31D foram entregues ao Cazaquistão. Nos próximos testes, o Krona irá contar com caças interceptores comuns MiG-31 em serviço da Força Aérea Russa (FAR). No futuro a ideia é construir interceptores especiais a partir desses aviões, que serão equipados com mísseis semelhantes ao Kontakt.
Segurança do espaço
As doutrinas militares de defesa incluem componentes de defesa espacial, para que nenhum míssil, avião, porta-aviões ou submarino porta-mísseis se mova sem informações obtidas por satélites de reconhecimento nem comunicação via satélite. Por esse motivo, as constelações de satélites também representam alvos para um potencial adversário.
“A Rússia está fazendo trabalhos nesse sentido. Não podemos observar tranquilos o que está acontecendo no espaço”, disse o então vice-ministro da Defesa para os armamentos, Vladímir Popóvkin, em 2009 sobre a intensificação dos esforços dos EUA para o aumento de sua constelação de satélites e o desenvolvimento de meios para protegê-la.
Atualmente nenhum país do mundo tem um sistema de defesa antissatélite instalado. No início dos anos 1990, a Rússia e os EUA suspenderam os testes com tais sistemas, embora nenhum tratado vigente na época proibisse a criação de armas antissatélite.
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