Iniciativa tenta evitar intermediários ocidentais na troca de informações
twitter.com/PCIA mais recente iniciativa do Brics para intensificar contatos entre pessoas dos cinco países e ampliar a conscientização sobre os outros parceiros é a Rede de Clubes de Imprensa do grupo. O principal objetivo é facilitar o acesso a informações sobre todos os membros e criar um acordo de compartilhamento de notícias em tempo real.
A nova rede foi lançada por embaixadores e altos funcionários dos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em 3 de novembro.
A ideia é que “os governos facilitem a circulação de profissionais de imprensa entre os países” e estimulem a “divulgação objetiva e apurada de notícias e informações”, disse Amar Sinha, secretário de Relações Econômicas do Ministério das Relações Exteriores indiano.
Enquanto o embaixador brasileiro na Índia, Tovar de Nunes, garantiu que o Brasil irá trabalhar para estreitar as relações entre os profissionais da mídia e agilizar a obtenção de vistos por jornalistas, o Alto Comissário da África do Sul para a Índia, Francis Morule, afirmou que seu país participará ativamente da Rede de Clubes de Imprensa.
Ainda durante o lançamento da iniciativa, que recebeu forte apoio da União Nacional de Jornalistas da Rússia, o conselheiro sênior na embaixada russa na Índia, Serguêi Karmalito, relembrou um esforço semelhante feito nos anos 1980 entre os governos da URSS e da Índia.
“Na cúpula de Goa, sentimos a necessidade de estabelecer relações mais estreitas entre os nossos jornalistas”, disse Karmalito. “A organização de uma rede de clubes de imprensa do Brics nos permitirá melhorar a troca de notícias e de pontos de vista.” O conselheiro russo ressaltou também que, de um modo geral, os países obtêm informações sobretudo por reportagens de agências ocidentais. “Essa iniciativa nos dará perspectivas imparciais e multifacetadas sobre os membros do Brics”, completa.
Uma rede similar de advogados vem sendo debatida para facilitar questões jurídicas e arbitrárias entre as cinco nações do grupo. Espera-se também harmonizar a legislação entre os membros do Brics com o intuito de impulsionar os laços comerciais.
Encontro entre diplomatas ocorreu no início do mês em Nova Déli Foto: twitter.com/PCI
Balanço da Cúpula de Goa
Durante o encontro, os representantes dos Brics também revisaram o resultado da 8ª cúpula de líderes do grupo, realizada em meados de outubro em Goa, na Índia.
Ao refutar as críticas de que a cúpula de Goa teria sido uma reunião “unifocal”, concentrando-se apenas no combate ao terrorismo, Sinha afirmou que a agenda da reunião foi “ampla” e “voltada para o futuro”.
O diplomata indiano acrescentou que grande parte da discussão entre os líderes do grupo tratou do fortalecimento dos laços econômicos entre os países, e destacou a assinatura do Memorando de Entendimento (MoU) sobre Cooperação Aduaneira, que levará a um acordo de facilitação do comércio entre os países.
“Nós vemos os Brics como uma nova perspectiva para os desafios globais, entre os quais a luta contra o terrorismo”, disse Sinha. “Fomos bem-sucedidos ao focar o terrorismo, o que é importante para a Índia, porque dificulta nosso desenvolvimento. Os líderes também se concentraram na democratização da arquitetura global, em reformas na tributação global e em questões de combate à corrupção”, continuou.
“Ao contrário das previsões fatalistas, nós estamos indo muito bem como um grupo, tanto é que o site do Brics foi invadido”, disse Sinha.
Paralelamente, Nunes ressaltou que durante a cúpula foram tomadas “medidas concretas” para a consolidação do grupo. “Fazemos tudo em nível político, para fomentar o desenvolvimento sustentável”, afirmou o embaixador do Brasil na Índia.
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