Russos querem ação contra Polícia Federal brasileira

Após fechar a fronteira com Brasil e Venezuela para tentar conter contrabando, Maduro anunciou em dezembro de 2016 o fim da nota de 100 bolívares.

Após fechar a fronteira com Brasil e Venezuela para tentar conter contrabando, Maduro anunciou em dezembro de 2016 o fim da nota de 100 bolívares.

DPA/Global Look Press
Acusação contra grupo que entrou no Amazonas em junho com o equivalente a US$1,4 milhão em bolívares venezuelanos foi retirada nesta semana.

A acusação contra um grupo de cidadãos russos por contrabando de bolívares venezuelanos no Amazonas após detenção em junho de 2016 foi retirada nesta semana. A notícia foi divulgada pela agência russa Ria Nôvosti nesta quinta-feira (9) com base em informações de um dos réus, Artêmi Semiônosvki.

De acordo com Semiônovski, a decisão final será proferida pelo juiz na próxima semana.

A acusação foi retirada na última quarta-feira (8), em sessão no tribunal de Manaus. Funcionários alfandegários e fiscais brasileiros participaram das audiências e não apresentaram queixas contra os cidadãos russos, afirmando que esses preencheram todas as declarações e documentações alfandegárias de forma correta.  

De acordo com Semiônovski, a Procuradoria não viu nas atividades dos russos quaisquer sinais de delitos, por isso o procurador teria apenas colocado aos réus “algumas perguntas pro forma”, retirando em seguida a acusação.

Após o tribunal de Manaus proferir o veredito final sobre o caso, os russos, que estão impedidos de deixar o país, poderão retomar os bolívares retidos, telefones celulares e a fiança de R$ 10 mil cada.

Reconvenção

Os russos afirmaram que estão dispostos a formular uma reconvenção no tribunal. Assim, os reús passariam de acusados a autores da ação, que teria a Polícia Federal brasileira como acusada. Eles querem uma indenização por se verem obrigados a passar um semestre no Brasil, com o pagamento de hotéis pelo período em que estavam sob investigação e impedidos de deixar o país.

Após levantarem suspeitas de terem entrado no país com uma quantia de bolívares equivalente a US$ 1,4 milhão não declarada, três russos e um ucraniano passaram a ser investigados por contrabando de dinheiro e formação de quadrilha de atuação internacional.

Pela legislação brasileira, é proibido entrar no Brasil portando valor superior a R$ 10 mil que não tenha sido declarado.

O russo Artêmi Semiônovski foi detido no Amazonas em junho de 2016 com três amigos - o ucraniano Mikhail Bilko e dois outros cidadãos russos, Artur Sharov e sua namorada, Liubóv Kazarinova.

Eles portavam 30 milhões de bolívares venezuelanos, parte dos quais foram declarados por Artur e Liubóv pela cotação do mercado negro na alfândega, ao invés da cotação oficial.

Após a passagem pelo Brasil, o casal devia partir para a Europa, mas foi declarado suspeito de contrabando de dinheiro e detido no aeroporto com duas malas cheias de bolívares.

Alguns dias depois, Semiônosvki e Bilko, que planejavam deixar o Brasil após o casal, foram detidos no quarto do hotel com a segunda parte dos bolívares do grupo.

A moeda venezuelana não tem uma cotação oficial com o dólar. Assim, um dólar pode custar tanto 10 bolívares por determinada cotação e 3,6 mil bolívares no mercado negro.

Com o jornal russo Izvêstia.

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