“E-Jet é excelente complemento para o SSJ 100, da Sukhôi”

Slatter: “Gostaria que todos os membros da família E-Jet recebessem certificação na Rússia”

Slatter: “Gostaria que todos os membros da família E-Jet recebessem certificação na Rússia”

Arquivo pessoal
Diretor de vendas da Embraer traça perspectivas da empresa no mercado russo.

Os maiores aviões de passageiros da Embraer pertencem à família E-Jet. Na Rússia, porém, a empresa brasileira só está representada pelo E195, que integra a frota das Linhas Aéreas de Saratov. Em entrevista ao “Show Observer”, o diretor de vendas da Embraer, John Slattery, falou sobre o surgimento de novos modelos no mercado russo, incluindo a nova linha E-Jet E2.

Como você analisa o atual estado dos mercados da Rússia e da Comunidade dos Estados Independentes (ex-repúblicas soviéticas)? Quais foram as mudanças nos últimos anos?

Do ponto de vista da Embraer, eu caracterizaria esses mercados como muito dinâmicos. A Rússia e a CEI são certamente uma região importante para nós, já que pretendemos expandir a presença de nossa marca em todo o mundo. A Embraer tem uma equipe especializada em Moscou que fica, acima de tudo, responsável pelas vendas e marketing na região.

Desde que obtivemos a certificação do E-Jet no AR MAK [sigla russa para “Registro Aeronáutico do Comitê Interestatal de Aviação”] dois anos e meio atrás, a Embraer conseguiu expandir o número de operadoras na CEI, especialmente na Rússia. Já temos operadoras tanto da E-Jet, como do seu irmão menor, a aeronave para rotas regionais ERJ 145.

Devo admitir que, nos últimos 12 meses, o ritmo de penetração no mercado russo diminuiu um pouco. O motivo foi o enfraquecimento do rublo em relação ao dólar. Isso nos afeta tendo em conta que as vendas ou acordos de leasing dos E-Jets são normalmente feitos em dólares.

Vale a pena lembrar que o E-Jet é um excelente complemento para a aeronave Superjet 100, da Sukhôi, uma vez que o E175 é menor do que o SSJ-100, e o E195 é muito maior. A ideia é apresentar as aeronaves E-Jet como uma oferta complementar à produção da Sukhôi.

A Embraer recebe feedback das operadoras de seus aviões na Rússia e na CEI? Vocês recebem pedidos de modificações ou melhorias nas aeronaves?

Antes de os E-Jets serem apresentados ao mercado russo, havia dúvidas sobre as capacidades de exploração do modelo em um clima com temperaturas extremas, especialmente no inverno. Por isso, apresentamos a experiência desses aviões no Canadá.

Como mostrou a prática, as capacidades do E-Jet em áreas de clima severo atendem perfeitamente às necessidades das operadoras. Um dos fatores-chave do sucesso da Embraer é o nosso sistema de suporte técnico pós-venda. O coeficiente de prontidão técnica para decolagem da frota internacional da Embraer é de 99,3%. Somos muito cuidadosos com isso e quero que a frota dos nossos parceiros e clientes russos tenha o mesmo nível de confiabilidade.

Acordo com companhias aéreas chinesas resultou em venda de 35 aviões E190, da Embraer.

No que diz respeito à segunda parte da pergunta, não houve nenhum pedido especial para melhorias ou substituições. A aeronave vem totalmente de acordo com as características necessárias para a realização das tarefas para as quais foi concebida.

Você mencionou a certificação do E-Jet na Rússia. Receberam também o certificado para o E175?

Ainda não.

E pretendem certificar esse tipo de aeronave no país?

Gostaria que, com o tempo, todos os membros da família E-Jet recebessem certificação na Rússia. O principal fator aqui é o desejo dos clientes, mas nós definitivamente queremos certificar todas as aeronaves dessa linha no AR MAK.

As companhias aéreas russas e da CEI demonstraram interesse pelas aeronaves da família E-Jet E2?

Sim. Acredito que irão surgir clientes para o E2 entre as companhias aéreas da CEI nos próximos 12 meses. Todo o nosso programa de marketing e vendas está orientado para a promoção do E2 na região, e nossa equipe tem recebido feedback positivo.

Os clientes estão bastante impressionados com a melhoria da eficiência de combustível do novo avião. Por exemplo, no E2-E190, ela é 16% mais elevada do que no E190. Os custos de manutenção e reparação do E2 também são menores.

Quanto ao E195-E2, ele não irá, de modo algum, competir com o SSJ-100. Por ter fuselagem bem maior, é destinado a um mercado completamente diferente: trata-se de um avião de longa distância e pequena capacidade de passageiros. É um avião para companhias de baixo custo.

Publicado originalmente pelo portal ato.ru

 

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