Rússia discute importância do uso da tecnologia no ensino

Universidade Lomonosov de Moscou realizou a 3ª edição da conferência científica Educação Interativa.

Universidade Lomonosov de Moscou realizou a 3ª edição da conferência científica Educação Interativa.

Ideia central da conferência científica Educação Interativa, dedicada à análise de tecnologias de educação interativa já existentes, foi discutir como tornar o processo de aprendizado mais eficaz e ajustá-lo à realidade atual.

Entre os dias 13 e 15 de dezembro, a Universidade Lomonosov de Moscou realizou a 3ª edição da conferência científica Educação Interativa.

A ideia central do evento, dedicado à análise de tecnologias de educação interativa já existentes, foi discutir como tornar o processo de aprendizado mais eficaz e ajustá-lo à realidade atual.

Durante a conferência, foram apresentados relatórios dos representantes de empresas líderes mundiais em TI, como Google e Facebook. Dado o fato de estudantes passarem maior tempo conectados na internet, essas empresas têm um acesso maior aos alunos do que seus professores.

Ksenia Kariakina, representante do Google Rússia, apresentou vários projetos educacionais da empresa, com destaque para o Google Apps, que permite aos usuários criar documentos, tabelas e apresentações na rede.

Kariakina também destacou o projeto Google Art, que permite ao usuário visitar mais de 180 museus em mais de 40 países e contemplar imagens e artefatos em detalhes, assim como obter informações sobre os objetos que lhes interessam e guardá-los em sua coleção.

"Todos esses recursos ajudam a tornar interativo o processo de aprendizado no campo da cultura e história e permitem dividir informações com vários usuários", disse Kariakina.

"O site YouTube, também de propriedade do Google, oferece o serviço de hospedagem de vídeos de palestras e permite criar seu próprio canal, o que também é muito bom para o  aprendizado interativo", completou.

O Facebook presta menos atenção aos programas educacionais, embora tenha potencialidades muito boas para ajudar os professores a se aproximar de seus alunos.

A representante do  Facebook Rússia, Olesia Chaiakhmetova, apresentou apenas um projeto, o Community, que permite criar grupos temáticos e conceder acesso a usuários que atendam a determinados critérios, como, por exemplo, pertencer a uma determinada universidade ou a um grupo social.

Defesados

A necessidade de tais conferências está há muito na ordem do dia: o Ministério da Educação e os professores de estabelecimentos de ensino de diferentes níveis estão conscientes de que muitos dos programas de estudos existentes foram elaborados há mais de dez anos e não estão adequados à conjuntura atual.

"As tecnologias interativas de ensino surgiram na Rússia graças ao esforços do metodologista soviético Georgi Chedrovitski, empresas de consultoria e de alguns professores inovadores. Em diferentes regiões, as práticas e técnicas de interação com os estudantes são diferentes. Quando nos reunimos pela primeira vez, vimos que os professores tinham dificuldades de se comunicar entre si", disse Dmítri Zemtsov, um dos organizadores da conferência.

"Professores catedráticos propensos a discutir calmamente em estilo acadêmico não conseguiam encontrar uma linguagem comum com treinadores de negócios, por exemplo, acostumados a chocar seus interlocutores, e abandonavam a sala. Eu tinha que correr atrás deles para pedir que ficassem", disse Zemtsov.

Na Rússia, os recursos interativos têm amplo uso em estabelecimentos de ensino, onde as  diretorias estimulam o corpo docente a assimilar novas tecnologias. Durante as discussões na conferência, verificou-se que os conferencistas encaravam de modo diferente a possibilidade de implantar as tecnologias interativas, assim como o próprio conceito de interatividade.

Andrêi Fedoseev, que trabalha no Instituto de Informática da Academia de Ciências da Rússia, por exemplo, acredita que o fator pedagógico é primário nos sistemas interativos. Segundo ele, um site ou um programa educativos devem não só fornecer informações mas também analisar os erros cometidos pelo estudante e oferecer materiais adicionais com a intenção de fazer com que ele entenda o tema.

Os conferencistas concordaram, entretanto, que os novos padrões educacionais exigem a revisão do sistema de ensino existente. Nesse contexto, o projeto de lei da educação altera o processo de ensino de acordo com os padrões internacionais e permite aos alunos estudar à distância, o que implica a implantação de novas formas interativas de ensino.

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