A média de gastos dos russos com o fim de ano vai crescer 8,6% em 2012 em relação a 2011. Os dados são da empresa de auditoria e consultoria internacional Deloitte.
Analistas atribuem o aumento ao alto nível de confiança no futuro –um em cada dois russos acredita que a situação econômica é estável, enquanto um em cada cinco acredita no crescimento econômico do país.
As ruas, centros comerciais e escritórios das cidades do país já estão decoradas com árvores, luzes, grinaldas e outros enfeites de Natal, lembrando que as festas de fim ano e um prolongado recesso de Natal já batem à porta.
Este ano, o recesso de Natal na Rússia será entre os dias 30 de dezembro e 8 de janeiro, para a inveja de muitas nações católicas que comemoram o Natal antes da passagem do ano.
Ao contrário de muitos países ocidentais, na Rússia, a festa familiar é a passagem de ano e não o Natal. Essa tradição vem dos tempos da União Soviética, quando os dias santos e festas religiosas foram retirados do calendário e substituídas pelas festas e datas seculares.
Mesmo assim, o costume de montar uma árvore, celebrar a passagem de ano em família e trocar presentes foi mantido.
"Apesar de ser uma pessoa religiosa, o Natal nunca foi para mim uma festa tão importante quanto a de Ano-Novo. A ceia de passagem de ano com champanhe e aroma de tangerina, a troca de presentes e a própria festa começam ao som do carrilhão do Kremlin, à meia-noite", diz Irina Popova, diretora de uma agência de publicidade de Moscou.
Ela é das poucas pessoas que se prepara para as festas de antemão.
"Eu realmente não gosto de grandes filas nas lojas nem da pressa de final de ano e prefiro fazer as compras antecipadamente ou via internet."
Esta última opção ainda não é muito comum na Rússia. O comércio eletrônico tem uma fatia de 5% nas vendas do país. Em dezembro, o volume de vendas on-line aumenta menos que 20%, ao contrário das filas nas lojas.
Os russos gastam com as festas e presentes de fim de ano, em média, cerca de R$ 1.000, ou seja, 35% a menos do que os europeus (cerca de R$ 1.600). No entanto, dada a diferença de 120% no valor do PIB per capita, os gastos de fim de ano dos russos não são tão insignificantes.
Exterior
A crise ensinou os russos a fazer compras de forma mais consciente, mas não os desacostumou a gastar somas consideráveis com as festas e presentes e a passar o recesso de Natal no exterior.
O frio de janeiro determina as preferências dos viajantes do país: mais de 50% vão a destinos quentes, principalmente o Egito, em busca do sol e do mar –a viagem custa cerca de R$ 830.
Nessa época também cresce o número daqueles que aproveitam para colocar em prática suas técnicas de esqui e snowboard em estações de esqui no exterior, sem se intimidar com o preço (cerca de R$ 2.700).
"Viajo com a família à estação de esqui de Chamonix, na França, pelo terceiro ano consecutivo. Éramos quatro quando fomos pela primeira vez, agora nossa equipe conta com 12 pessoas. Se você se preocupar em fazer uma reserva de passagens e alojamento com antecedência, fica em torno de R$ 4.100 por um período de 10 dias", diz Vadim Nesmeianov, fundador de uma startup de TI de Moscou.
"Além disso, viajar à Europa na época de saldos de Natal é uma boa oportunidade de fazer boas compras e trazer um novo iPhone, por exemplo", completou.
Segundo a pesquisa da Deloitte, o smartphone é o terceiro presente de Natal mais cobiçado pelos russos neste ano (40%), seguido por quantias de dinheiro (56%) e viagens de turismo (44%). Os cosméticos (42%) e doces (38%) também continuam entre os presentes mais populares no país. Também é grande a demanda por eletrodomésticos.
Festa
Na Rússia, é costume celebrar a passagem de ano em casa ou na casa de amigos –mais de 80% dos russos dizem preferirem receber ou fazer visitas nas festas de fim de ano.
Nos dias posteriores à passagem de ano, idas ao cinema e encontros com amigos intercalados por períodos de ociosidade são as principais ocupações de lazer da maioria dos russos no prolongado recesso de Natal.
Mas nem todos os russos podem se permitir esse luxo: mais de 11% da população trabalha durante as festas e o recesso de Natal
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