Foto: Divulgação
A Rússia formalizou seu pedido de filiação ao Cern (Centro Europeu de Investigação Nuclear), disse o ministro da Educação e Ciência, Dmítri Livanov.
Atualmente, o país possui status de observador, embora tenha cerca de 850 cientistas trabalhando em mais de 15 diferentes experiências científicas no Cern.
Criado em 1953, o Cern (Centro Europeu de Investigação Nuclear) é a maior instituição científica especializada em física de partículas elementares. Tem sede em Genebra e agrupa 20 países europeus. EUA, Japão, Índia e Rússia possuem status de Estado observador.
Para se tornar um membro associado, a Rússia terá que contribuir anualmente com US$ 8,15 milhões. Anteriormente, os gastos de empresas e estabelecimentos científicos russos com a participação de projetos do Cern eram de cerca de US$ 5 milhões por ano.
"Esse é um passo lógico, que irá fortalecer nossa posição no Cern", disse ao jornal Rossiskaya Gazeta Viktor Savrin, vice-diretor do Instituto de Pesquisa Nuclear da Universidade Lomonosov de Moscou, que coordena a participação de instituições russas no projeto de Grande Colisor de Hádrons.
"Na realidade, somos veteranos do Cern, temos cerca de 50 anos de cooperação. A contribuição de cientistas russos para as pesquisas realizadas pelo centro é enorme. Não foi à toa que a diretoria da organização disse reiteradas vezes que se não tivessem sido nossos físicos, o Cern não teria até agora o Grande Colisor de Hádrons."
Savrin acredita que a adesão da Rússia ao centro contribuirá para o aumento do prestígio da ciência e dos cientistas russos. Durante a distribuição de projetos e a nomeação de dirigentes de grupos científicos, por exemplo, a preferência é dada a um cientista que representa um Estado membro.
"Em princípio, a filiação ao Cern não tem nenhuma influência sobre o trabalho de físicos. O Cern está aberto a todos os cientistas, não há obstáculos. O centro emprega milhares de cientistas dos mais diversos países, dos quais muitos não fazem parte da organização", adianta Savrin.
Só um cientista de um país membro tem a possibilidade de ser integrado a seus quadros de pessoal, no entanto. Mas esse grupo é muito restrito e inclui funcionários administrativos e pessoal de apoio, além de 200 físicos.
Outro detalhe: apenas os países membros têm o direito formal de produzir e fornecer equipamentos ao Cern.
A Rússia, entretanto, executa trabalhos a pedido de colaborações, comunidades científicas reunidas para a solução de um determinado problema científico. Seus integrantes realizam coletas de fundos colaborativas para gastar o dinheiro obtido a seu critério.
A contribuição da Rússia como membro associado não diminuirá os gastos do país com as pesquisas científicas no Cern, disse Savrin.
"Teremos que pagar na íntegra todos os trabalhos", completou.
Publicado originalmente pelo jornal Rossiskaya Gazeta
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