Dmítri Pavliutchenkov Foto: TASS
O ex-tenente-coronel Pavliutchenkov, 44,
admitiu sua participação no esquema para vigiar Politkovskaia, famosa pelas
reportagens críticas sobre violação dos direitos humanos na Tchetchênia, e
entrou em um acordo judicial para testemunhar contra outros cinco suspeitos.
Pavliutchenkov contratava pessoas para localizar Politkovskaia e
seguir seus passos em Moscou por cerca de US$ 100 a 150 ao dia. Segundo os
investigadores, ele “comprou a arma [com qual a Politkovskaia foi baleada],
elaborou o plano e designou os papéis para a execução do crime”.
O procurador havia pedido 12 anos de prisão para Pavliutchenkov, que recebeu
“nada menos que 150 mil dólares” por sua atuação no assassinato. Os filhos de
Anna Politkovskaia solicitaram o equivalente a US$ 330 mil de Pavliutchenkov
para compensar os danos morais. O juiz determinou, contudo, que a quantia fosse
reduzida para US$ 100 mil.
“A justiça não foi completa, mas pelo menos foi feita”, disse o filho de Anna
Politkovskaia, Iliá Politkovski, ao “Novaia Gazeta”, logo após o anúncio da pena.
Ambas as partes declararam que vão recorrer da sentença.
Karen Nersesian, advogada de Pavliutchenkov, também disse ao jornal russo que, ao
solicitar uma pena tão longa, o procurador violou os termos do acordo de confissão.
Pavliutchenkov, que havia sido detido e posteriormente transferido para prisão
domiciliar por problemas de saúde em agosto de 2011, tem nove anos e oito meses
de sentença pela frente, devido ao tempo de serviço na polícia. Em seu
depoimento final, Pavliutchenkov teria pedido desculpas para a família de Anna
Politkovskaia, segundo informações do site Gazeta.ru.
“Estamos satisfeitos com o fato de pelo menos um cúmplice ter sido levado à
justiça”, declarou a advogada da família Politkovskaia, Anna Stavitskaia. “Mas
Pavliutchenkov deveria ter recebido uma pena maior.”
Os outros cinco suspeitos, incluindo o suposto atirador, Rustam Makhmudov, estão sob custódia e serão julgados separadamente, informou a agência RIA Nóvosti. As investigações ainda não chegaram a uma conclusão sobre a identidade da pessoa que encomendou o crime.
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