Foto: Reuters
“As autoridades dos dois países decidiram criar uma nova comissão intergovernamental para o complexo de Baikonur, que será comandada por vice-premiês”, declarou o diretor da agência espacial do Cazaquistão (Kazkosmos), Talgat Musabaiev, ao parlamento cazaque nesta segunda-feira (10).
O Cazaquistão exige o restabelecimento da comissão que antes supervisionava os principais aspectos do acordo intergovernamental referente a Baikonur, local dos primeiros lançamentos de foguetes soviéticos e o mais importante centro de lançamentos espaciais da Rússia.
O controle sobre a cidade de Baikonur e o aluguel pago pela Rússia para usar suas instalações têm sido objeto de discussões constantes entre os dois países desde que o Cazaquistão obteve a independência da URSS.
A Rússia paga uma taxa anual de aproximadamente US$ 115 milhões para utilizar o centro espacial, que atualmente possui o cronograma de lançamento mais movimentado do mundo, além de US$ 50 milhões anuais para manutenção.
As duas partes assinaram um acordo em janeiro de 2004, em Astana, estendendo o uso das instalações do centro espacial pelos russos até 2050. O acordo ratificado em 2004 veio na esteira das ameaças russas de suspender outros projetos espaciais com o Cazaquistão, caso a renovação não fosse concretizada.
No entanto, em maio deste ano, o Cazaquistão impediu a Rússia de lançar vários foguetes a partir da base de Baikonur em uma disputa sobre a zona de queda para detritos. Os cazaques insistiram que essa questão deveria ser abordada em um suplemento ao contrato de aluguel principal.
Após conversações entre o primeiro-ministro russo, Dmítri Medvedev, e seu homólogo cazaque, Karim Massimov, o Cazaquistão concordou em dar procedência aos lançamentos no mês seguinte.
Futuros planos
O Cosmódromo de Baikonur tem 15 plataformas de lançamento, tanto para veículos espaciais tripulados como não tripulados, e abriga várias gerações de naves russas, incluindo Soyuz, Proton, Tsyklon, Dnepr e Zenit.
Ambos os países estão trabalhando para construir uma nova base de lançamento em Baikonur, chamada Baiterek, para lançar foguetes-portadores Angara capazes de transportar 26 toneladas métricas de carga útil a órbitas baixas da Terra. O projeto está sendo implementado numa base paritária e, por isso, goza de privilégios fiscais e aduaneiros.
De acordo com os últimos relatórios, os dois países injetaram US$ 223 milhões cada na construção da base de lançamento Baiterek, seguindo um acordo assinado em 2004.
Ainda assim, a Rússia pretende futuramente retirar-se do Cosmódromo de Baikonur. A meta é conduzir lançamentos a partir do Cosmódromo de Plesetsk, na região russa de Arkhanguelsk, e concluir a construção do centro espacial Vostotchni, no Extremo Oriente do país.
Publicado originalmente pela agência RIA Nóvosti
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