Rússia desenvolve novo sistema para rastreamento de navios e aeronaves

Foto: TASS

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"O sistema pode detectar e rastrear aviões e navios a uma distância de milhares de quilômetros. Nosso ‘olho onividente’ é muito mais eficaz a grandes distâncias do que os sistemas de reconhecimento aéreo, espacial e via radar existentes", disse uma fonte do Ministério da Defesa.

O Ministério da Defesa da Rússia está concluindo o estudo de viabilidade e  financiamento do projeto de um sistema multiponto de reconhecimento e informação (Mris, na sigla em russo), cuja implantação deve começar no final do ano que vem, disse ao Izvéstia uma fonte do ministério.

"O sistema pode detectar e rastrear aviões e navios a uma distância de milhares de quilômetros. Nosso ‘olho onividente’ é muito mais eficaz a grandes distâncias do que os sistemas de reconhecimento aéreo, espacial e via radar existentes", disse a fonte.

As especificações técnicas do "olho onividente" russo são mantidas em segredo. Mesmo assim, o representante da Defesa explicou como ele funciona:

"Todas as instalações militares e civis no solo e no ar possuem equipamentos que emitem ondas de rádio. São radares, sistemas de comunicação e localização GPS e Glonass, altímetros etc. As aeronaves emitem ainda radiação térmica e outras. As leis da física são válidas para todos os objetos, inclusive os aviões norte-americanos B-2 e F-22, praticamente invisíveis aos radares. A missão do Mris é detectar a fonte de radiação, localizá-la e rastreá-la."

Segundo o representante do Ministério da Defesa, o Mris é capaz de monitorar e classificar alguns tipos de radiação. A fonte não descarta que as capacidades do "olho onividente" sejam aumentadas para controlar os deslocamentos do material de guerra terrestre.

"Como o Mris só faz operações de escuta, ele não produz nenhuma radiação. Portanto, o inimigo não poderá saber que é detectado", acrescenta o representante do Ministério da Defesa.

Os equipamentos do Mris exigem uma área de apenas algumas dezenas de metros quadrados para serem instalados. Portanto, o sistema é praticamente invisível aos sistemas inimigos de reconhecimento aéreo e espacial.

"Os testes do Mris foram realizados em 2009 e envolveram aeronaves e navios da Marinha russa. Um posto instalado nos arredores de Moscou conseguiu detectar e rastrear aviões de diferentes tipos no espaço aéreo sobre o mar de Barents", disse a fonte.

Outros projetos

Um projeto semelhante é executado, há vários anos, pela empresa BAE Systems. Sua tecnologia, a Navsop, é mantida em segredo, fato que se tornou de domínio público só em agosto passado. Em um comunicado de imprensa, os britânicos reconheceram que as tecnologias tradicionais, como GPS, nem sempre são eficazes. Prova disso são os mais recentes incidentes na fronteira da Coreia do Norte, em que a Defesa Aérea da Coreia do Sul não conseguiu detectar os mísseis norte-coreanos, dizia o comunicado.

A tecnologia Navsop é uma solução multidisciplinar que utiliza torres de telefonia celular, pontos de acesso Wi-Fi, torres de rádio, antenas de TV e praticamente todas as fontes de sinal de rádio para o rastreamento de alvos, afirmou a BAE.

Para os autores do projeto britânico, a Navsop será usada apenas pelos equipamentos militares. Já o Mris russo tem uma dupla finalidade e pode ser usado tanto para fins militares quanto para civis.

O diretor do Instituto de Estudos Estratégicos, Aleksandr Konovalov, disse ao  Izvéstia que a Rússia está atrasada em sistemas de reconhecimento e troca de informações.

"Se o Mris conseguir guiar com eficácia armas de alta precisão para alvos, o inimigo pode ser combatido em todas as regiões do mundo", disse Konivalov. Segundo o responsável, o "olho onividente" deve ser integrado a todos os sistemas de reconhecimento já existentes e àqueles que forem criados na Rússia.

Para a versão completa do artigo em russo, acesse: http://izvestia.ru/news/540389 ixzz2DhDmcSVF

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