Rosatom irá ajudar AIEA a identificar atividades ilegais em usinas nucleares

Foto: wikimedia.org

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"Instituições incorporados à Rosatom (Corporação Estatal de Energia Atômica) irão fabricar uma nova amostra padrão de plutônio para identificar, por métodos de espectrometria de massas, atividades no âmbito de projetos nucleares não declarados nas instalações sob as salvaguardas da AIEA em diversos países do mundo", disse ao Izvéstia o porta-voz da Rosatom, Vladislav Botchkov.

Especialistas russos estão desenvolvendo um marcador isotópico para ajudar a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) a identificar atividades ilegais em usinas em todas as regiões do mundo. A ideia é obter uma amostra padrão de isótopo de plutônio-244, que permitirá aos inspetores da AIEA identificar a composição original de um material coletado na instalação em análise. O respectivo entendimento foi alcançado em uma recente reunião da agência.

"Instituições incorporados à Rosatom (Corporação Estatal de Energia Atômica) irão fabricar uma nova amostra padrão de plutônio para identificar, por métodos de espectrometria de massas, atividades no âmbito de projetos nucleares não declarados nas instalações sob as salvaguardas da AIEA em diversos países do mundo", disse ao Izvéstia o porta-voz da Rosatom, Vladislav Botchkov. 

A construção do marcador estará a cargo do Centro Nuclear Federal de Sarov. A AIEA enviará a matéria-prima ao Centro Federal de Pesquisas Nucleares (VNIIEF, na sigla em russo) para o enriquecimento. As amostras obtidas serão certificadas no Instituto de Estudos do Rádio e enviadas aos laboratórios da AIEA, onde se acumulam amostras coletadas pelas missões de inspetores da agência nas instalações inspecionadas.

A Rosatom diz que a agência está muito interessada nesse material porque é ideal para uma análise do ponto de vista tecnológico. O plutônio-244 não está presente nos produtos de operação dos reatores nucleares, sendo, portanto, um material ideal para análises via espectrometria de massas, disse o porta-voz da corporação.

"Esse método é muito bom para a detecção de concentrações extremamente baixas de substâncias, na faixa de 106 partículas por centímetro cúbico", disse o professor catedrático do Instituo de Engenharia e Física, Sergêi Kireev.

O método

O método de análise via espectrometria de massas funciona da seguinte forma: sob a ação de raio laser, a amostra de uma substância transita a uma fase gasosa. O gás obtido é, então, ionizado. A relação entre as massas e a carga elétrica das partículas permite definir com precisão a composição isotópica da substância submetida à análise. Como resultado, os inspetores da AIEA podem dizer se as operações da empresa inspecionada estão de acordo com suas atividades declaradas. Atualmente, os laboratórios da AIEA  utilizam amostras padrão de plutônio e urânio, inclusive aquelas fabricadas na Rússia, mais baratas.

A Rosatom não informou quanto custará o novo marcador, revelando, contudo, que o componente mais caro, a matéria-prima, será trazido do exterior. Segundo Víctor Zúbarev, funcionário científico sênior do Deartamento de Física Teórica e Experimental de Reatores Nucleares, em análises via espectrometria de massas, são usados normalmente marcadores de substâncias mais comuns. O plutônio-244 é demasiadamente caro para isso, diz Zúbarev.

Para a versão completa do artigo em russo, acesse:  http://izvestia.ru/news/540653

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