Foto: TASS
O governo da Rússia exortou as forças políticas a não pararem no alcance do cessar-fogo entre palestinos e israelenses a busca de uma solução definitiva para o conflito. O anúncio foi feito pelo chanceler russo, Serguêi Lavrov, em coletiva na última sexta-feira (23) após conversas com sua colega do Bangladesh, Dipu Moni.
"Estamos satisfeitos ao saber que palestinos e israelenses selaram um cessar-fogo, mas isso não deve tranquilizar ninguém", disse Lavrov.
"É preciso intensificar os esforços para a busca de soluções para o conflito árabe-israelense e começar esse processo com a retomada das negociações diretas entre Palestina e Israel", disse o ministro, citado pela agência Interfax.
Segundo informou a agência RIA Nóvosti, Lavrov afirmou ainda que, na próxima semana, representantes da oposição síria, entre os quais o presidente do Comitê de Coordenação Nacional, e representantes da oposição curda são esperados em Moscou para uma visita.
Ainda de acordo com o governante russo, Moscou se dispõe a ajudar no estabelecimento de um diálogo direto entre Turquia e Síria para a discussão de todos os problemas existentes.
"Propusemos estabelecer um diálogo direto entre Ancara e Damasco. Infelizmente, essa proposta ainda não foi concretizada, mas continua em vigor. Se as partes precisarem de nossa ajuda na criação desse mecanismo, estamos prontos a prestá-la", adiantou o ministro.
Para Lavrov, a Rússia compreende as preocupações da Turquia com a situação em termos de segurança em suas fronteiras com a Síria. Ao mesmo tempo, advertiu contra eventuais provocações com vistas à retomada do conflito na região, incluindo a colocação de mísseis Patriot (PAC-3) na fronteira turco-síria. De acordo com o ministro, "qualquer acumulação de armas representa uma ameaça."
Cessar-fogo
O cessar-fogo entre Israel e Palestina selado com a mediação dos EUA e Egito entrou em vigor às 21h (17h, horário de Brasília) da última quarta-feira (21).
Israel suspendeu a operação Coluna de Nuvem iniciada por suas Forças de Defesa contra alvos na Faixa de Gaza em retaliação aos ataques com foguetes palestinos. Em 14 de novembro, Israel lançou a operação para destruir extremistas e sua infraestrutura.
Em caso de novos ataques, Israel se reserva o direito de retomar as ações militares e intervir na Faixa de Gaza.
Com o cessar-fogo, Israel anunciou a desmobilização de 56 mil reservistas convocados para a operação.
Na última quinta-feira, o ministro da Defesa Civil de Israel, Avi Dichter, disse que, em oito dias de conflito, a atuação do sistema antiaéreo Iron Dome (em português, Cúpula de Ferro) custou ao país entre US$ 25 milhões e US$ 30 milhões. Mesmo assim, o Iron Dome justificou completamente o dinheiro nele investido, destruindo 421 de cerca de 1.500 foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza, disse o ministro.
A imprensa ocidental observou que se o número de mísseis que caíram no território de Israel tivesse sido maior, uma operação terrestre teria sido realizada. Isso teria custado ao governo israelense US$ 380 milhões por dia.
Enquanto isso, na noite de entrada em vigor do cessar-fogo, 12 foguetes foram lançados contra Israel a partir da Faixa de Gaza, disse a rede de televisão Al-Jazeera. No entanto, o Hamas desmentiu a notícia, dizendo que a parte palestina estava observando o cessar-fogo.
Originalmente publicado em russo em: http://vz.ru/news/2012/11/23/608544.html
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