Maxim Emelianitchev Foto: emelyanychev.com
O regente da orquestra Maxim Emelianitchev tem apenas 24 anos, é aluno dos cursos de pós-graduação do Conservatório de Moscou, mas já ostenta um currículo de respeito, com trabalhos para várias orquestras sinfônicas da Rússia.
Emelianitchev toca clavecino, piano e corneta, além de se destacar como um músico jovem de grande talento.
"Não vejo grande diferença entre os ofícios de reger orquestras e de tocar instrumentos musicais. No essencial, é necessário aprender a arte de fazer música. O primeiro desejo que surge é interpretar e saber oferecer a música aos espectadores e também aos próprios músicos. Depois se utilizam múltiplos meios para atingir esse objetivo ou simplesmente para deliciar-se com os ensaios que se seguem. Ninguém sabe qual elemento é mais importante nesse processo", diz o jovem.
Mas basta assistir a alguns vídeos do trabalho do jovem para se emocionar com a sua capacidade de cativar a atenção da orquestra. Magro, enérgico e entusiasmado, Maxim entra correndo no palco, acena com a mão, e a orquestra, composta de músicos da mesma idade, fica com a respiração suspensa, prestes a reagir a cada gesto do regente.
"É necessário saber relacionar-se bem com os músicos, fazer graça quando necessário ou mudar de temas nas conversas fora do palco. Trata-se de um fino trabalho psicológico, que varia de um caso para outro", diz o jovem regente.
Precoce
Reger uma orquestra sempre foi considerada a prioridade dos músicos experientes. Maxim começou no ofício aos 12 anos –primeiro em sua turma, nas aulas com o seu mestre, depois trabalhando com o coral de meninos de Nijni Novgorod. Hoje, no Conservatório de Moscou, é aluno de Guenadi Rojdestvenski.
Maxim reflete ainda sobre o relacionamento entre os compositores da nossa época e a sociedade moderna, realçando a necessidade de se comunicar com público. No entanto, deixa claro que não relega a segundo plano o aspeto emocional.
"Nos tempos de Mozart e Bach não se tocava música antiga. As peças musicais, compostas 30 anos antes, eram consideradas obsoletas e inaceitáveis para serem interpretadas novamente. A partir da época de Mendelssohn começaram a misturar os estilos. No final do século 20 ocorreu uma reviravolta: interpretava-se 90% da música antiga e os 10% da moderna. Mas esta última se tornou patrimônio da gente de escola. Claro que me refiro agora à música acadêmica e não à cultura popular, de massa. Quanto a mim, adoro a música clássica antiga", diz Maxim.
Indagado se existe algo mais na sua vida além da música, Maxim responde quase sem pensar: "não existe mais nada". Cada dia útil se inicia e termina com ensaios e concertos. A vida de um músico não permite pausas.
Publicado originalmente no site da rádio Voz da Rússia
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