Foto: PhotoXpress
Em 1° de outubro, o volume de créditos imobiliários no balanço dos bancos russos alcançou 57 bilhões. A quantidade de empréstimos também aumentou, chegando a 475.823 desde o início deste ano e ultrapassando em 40% o resultado do ano anterior. Paralelamente, a taxa de juros dos empréstimos aumentou, em média, de 11,8% em janeiro para 12,3% em setembro.
A tendência mostra que as expectativas mais otimistas da Agência de Crédito Imobiliário (Aijk, na sigla em russo) estão sendo cumpridas. O órgão havia previsto que seriam concedidos entre 25 e 32 bilhões de dólares em crédito imobiliário durante o ano de 2012.
Anna Liubímtseva, chefe do departamento de análise da Aijk, acredita que os números “deverão alcançar o índice máximo da previsão”. Em relação à taxa de juros projetada, não houve mudanças: até o final do ano terá atingido 12,5%.
De acordo com dados do Registro de Terras, durante o primeiro semestre, um em cada cinco objetos registrados em operações habitacionais foi comprado por meio de crédito imobiliário. É a primeira vez que esse indicador atinge os 20%.
O crescimento tem sido especialmente rápido em vendas de imóveis novos. Durante o terceiro trimestre, o grupo PIK, por exemplo, já vendeu 29% de seus imóveis com a ajuda de créditos imobiliários.
Outono em queda
Apesar desses números tão impressionantes, a concessão de empréstimos está desacelerando. Durante o outono (entre setembro e novembro) dos anos anteriores, houve aumento do número de créditos, mas desta vez as estatísticas do Banco Central mostram o contrário: em setembro foram concedidos 2,75 bilhões de dólares em empréstimos comparados aos 3 bilhões de dólares em agosto.
Liubímtseva reconhece que a desaceleração no volume de concessões é reflexo do aumento das taxas de juros e dos preços dos imóveis a um nível em que a demanda efetiva ficou saturada.
A diretora do departamento de crédito para varejo do Sberbank, Natália Alimova, relaciona a desaceleração das concessões em setembro com um verão (entre junho e agosto) muito ativo, período em que a expectativa de alta nas taxas de juros no outono estimulou a demanda de créditos na população.
Até certo ponto, esses temores foram exagerados, já que desde o início deste ano as taxas de juros para crédito imobiliário no Sberbank subiram apenas um ponto percentual.
Enquanto isso, o banco VTB24 não observou qualquer desaceleração. A concessão continua a crescer “todos os meses”, garante o vice-presidente do banco Guergui Ter-Aristokesiants. “Não percebemos queda na demanda; as taxas de juros subiram, mas não de forma tão significativa a ponto de desestimular a solicitação de empréstimo”.
Previsão 2013
Em outubro, as taxas de juros continuaram a subir, confirmam os analistas da Aijk. Depois do Sberbank, que elevou essas taxas pela segunda vez no ano, outras 12 instituições financeiras importantes seguiram a mesma tendência, incluindo o Unicredit Bank, Sviaz Bank e Vozrojdenie.
No próximo ano, o volume de concessões crescerá, quando muito, 20%, prevê Liubímtseva. A Aijk e o Banco Central estão trabalhando com o objetivo de restringir empréstimos imobiliários para estimular os bancos a manter a qualidade de suas carteiras.
“Esperamos certa estagnação e isso é bom; um índice maior de concessões poderia significar um passo ao segmento ‘subprime’ [crédito de risco] e, consequentemente, inflar a bolha do mercado de créditos imobiliários”, arremata a especialista.
Publicado originalmente pelo jornal Vedomosti
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