“Não há nada de incomum no fato de as pessoas irem e virem do governo”

Foto: Dmítri Astakhov/RIA Nóvosti

Foto: Dmítri Astakhov/RIA Nóvosti

Em entrevista a veículos finlandeses, primeiro-ministro afirmou não se declarar surpreso com o recente afastamento de dois ministros – Oleg Govorun foi destituído da pasta de Desenvolvimento Regional e Anatóli Serdiukov, do cargo de ministro da Defesa. Segundo ele, as relações entre o governo e o presidente são "normais e repletas do espírito de trabalho".

Às vésperas de sua visita à Finlândia, o primeiro-ministro da Rússia, Dmítri Medvedev, concedeu entrevista à mídia finlandesa para falar sobre a situação da Rússia, a saúde do presidente Vladímir Pútin e as recentes demissões no governo do país.

Segundo Medvedev, "nada mudou" na sua relação com o presidente Pútin após a troca de cadeiras no Kremlin em maio passado.

"Recentemente, ao parabenizá-lo por seu aniversário, eu disse que nos conhecíamos há quase 22 anos, o que era muito para a vida de uma pessoa. No  meu caso, isso equivale a quase toda a minha vida adulta", disse o premiê.

Aos jornalistas, Medvedev disse não se declarar surpreso com o recente afastamento de dois ministros –Oleg Govorun foi destituído da pasta de Desenvolvimento Regional e Anatóli Serdiukov, do cargo de ministro da Defesa. Segundo ele, as relações entre governo e presidente são "normais e repletas do espírito de trabalho".

"Não há nada de incomum no fato de as pessoas irem e virem do governo: isso acontece em todos os países e também em nosso governo. A demissão de   Serdiukov foi necessária para que fossem realizadas as investigações e tomadas as decisões necessárias. Isso é completamente normal”, disse Medvedev.

Ao ser perguntado sobre o estado de saúde do presidente Pútin, Medvedev afirmou acreditar que as lesões esportivas sofridas pelo presidente não são graves.

"Tudo está bem com o presidente", disse.

No final de outubro passado, a agência Reuters informou que Pútin sofria de um problema nas costas e poderia ser submetido a uma intervenção cirúrgica. Por isso, segundo a Reuters, Pútin teria cancelado algumas viagens ao exterior. O assessor de imprensa da Presidência, Dmítri Peskov, desmentiu a notícia, dizendo que, às vésperas da cúpula da Ásia-Pacífico (Apec), Pútin havia sofrido uma lesão esportiva leve.

Oposição

Ao ser indagado sobre a situação política no país, Medvedev disse  considerar que algumas reivindicações da oposição são válidas e devem ser atendidas. Ao mesmo tempo, lembrou que a oposição deve se manifestar de forma legal. Para ele, as manifestações e comícios devem acontecer em lugar adequado e escolhido, como em qualquer outro país, de acordo com decisões tomadas legalmente. "Se acontecem como devem acontecer, as manifestações são designadas com uma palavra antiga e bastante curta:  ‘democracia’”, disse Medvedev.

O premiê destacou também o sucesso do partido governista Rússia Unida, que obteve importantes vitórias nas eleições regionais e municipais de 14 de outubro. Segundo ele, a sigla conseguiu a maioria dos votos, apesar de enfrentar uma concorrência forte. Medvedev não acredita que essa situação perdure por muito tempo. "Podem  surgir oponentes políticos mais duros, mais maduros e mais experientes, que serão capazes de vencer. Isso não é mau", completou.

Para a versão na íntegra da entrevista em russo, acesse: http://kommersant.ru/doc/2066525

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