Rússia quer mais cooperação com os EUA, diz Serguêi Lavrov

Serguêi Lavrov (à dir.) dutrante a entrevista ao jornal Moscow News. Foto: mid.ru

Serguêi Lavrov (à dir.) dutrante a entrevista ao jornal Moscow News. Foto: mid.ru

“Estamos dispostos a ir até onde a administração americana estiver disposta a ir para aprofundar a cooperação bilateral”, disse chanceler, para quem país também deve estreitar laços com a China, que escolhe novo líder durante Congresso do Partido Comunista.

Em entrevista ao jornal Moscow News, o chanceler russo, Serguêi Lavrov, falou sobre como Moscou irá construir um diálogo com a administração dos EUA e com a nova liderança política da China, que será eleita pelo 18º Congresso do Partido Comunista chinês.

Moscow News:Como devemos acolher a vitória de Barack Obama?

Serguêi Lavrov: Como a escolha e a vontade dos eleitores americanos.

É óbvio que vamos continuar trabalhando com a administração americana, que, muito provavelmente, será renovada. Estamos prontos para colaborar com os EUA em pé de igualdade. Nossos países têm muitos interesses em comum.

Ao mesmo tempo, temos divergências em relação a algumas questões. Mas sem isso o trabalho conjunto não acontece. Estamos dispostos a ir até onde a administração americana estiver disposta a ir para aprofundar a cooperação bilateral.

M.N:O senhor acha que estamos em condições de sugerir uma nova agenda russo-americana e que os EUA estão prontos a debatê-la?

S.L: Já estamos debatendo a nova agenda. As relações entre Rússia e Estados Unidos apresentam bons progressos em uma vertente que durante muito tempo esteve paralisada: a dos contatos entre as pessoas.

Assinamos um acordo de facilitação de vistos para turistas e empresários. Nesse contexto, gostaria de mencionar também um acordo de cooperação em matéria de adoção internacional, que entrou em vigor na semana passada.

Os dois países têm interesse comum no desenvolvimento de um mecanismo relativamente novo de cooperação: a Cúpula do Leste Asiático (EAS, na sigla em inglês), idealizada pelos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e seu parceiros-chave. A Rússia e os EUA se juntaram nessa iniciativa há dois anos. A agenda desse evento tem muitos itens em que os dois países podem cooperar de forma frutífera.

O conjunto de formatos em que nossos caminhos se cruzam e onde trabalhamos junto com os EUA cria uma boa base política para aumentarmos nossos esforços positivos conjuntos, apesar de nossas divergências quanto a algumas questões do desenvolvimento dessa região se conservarem.

M.N:Na China, começaram os trabalhos do 18º Congresso do Partido Comunista,  que deve eleger a quinta geração de líderes do país. Devemos esperar mudanças ou nossas relações com a China têm uma trajetória tão retilínea que, desde já, sabemos como elas serão no futuro?

S.L.: O adjetivo retilíneo é normalmente usado para designar coisas simples. No caso da China, não é bem assim. Nossas relações são muito ramificadas, ricas de conteúdo e caraterizadas por uma parceria estratégica. Os dois países estão interessadas em aprofundar suas relações bilaterais.

Quanto aos novos líderes chineses que serão eleitos já nos próximos dias pelo atual Congresso do PCC (Partido Comunista da China), posso afirmar que temos tradicionalmente dialogado com Pequim em quase todos os graus, desde os contatos com o mais alto nível até os com os membros do Bureau Político do Comitê Central do PCC, incluídos no cadastro de reserva de candidatos a cargos dirigentes do partido.

Portanto, não esperamos surpresas e acreditamos que a China continuará aprofundando as relações de parceria com a Rússia. Estamos prontos e interessados que isso ocorra.

Para ver o texto original da entrevista em russo, acesse: http://ria.ru/interview/20121108/909996296.html

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