Gazprom aposta na extração de óleo de xisto

Foto: TASS

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Braço da Gazprom responsável pela exploração de petróleo, Gazprom Neft, irá intensificar parceria com a Shell na extração de óleo de xisto. Segundo o diretor da Gazprom, Aleksêi Miller, esse ramo tem mais perspectiva que a extração de gás de xisto, área cuja produção russa “é completamente irrelevante”.

A Sаlym Petroleum Development (SPD), empresa mista da Gazprom Neft e a Shell, começou a extrair óleo de xisto durante a exploração do poço Bajenov, em Verkhne-Salimski.

“Diferentemente do gás de xisto, cuja produção russa é irrelevante, a extração do óleo de xisto é de interesse notável para o grupo Gazprom, portanto, pensamos em estudar ativamente essa questão”, afirmou o presidente do conselho de diretores da Gazprom Neft e diretor da Gazprom, Aleksêi Miller.

Os projetos de produção de óleo de xisto, entretanto, só serão mais atraentes que a extração de petróleo tradicional se o Estado conceder os benefícios fiscais prometidos em 2011.

O custo de exploração do poço de óleo de xisto pode ser quatro vezes mais elevado que a do poço tradicional de petróleo e o volume de petróleo que pode ser extraído de um poço diminui várias vezes cada ano, o que exige sérias soluções tecnológicas para a manutenção de volumes de petróleo extraído.

“Todos os projetos de exploração de óleo de xisto ainda encontram-se em estágio inicial e a eficácia econômica dessa exploração em escala industrial ainda não foi comprovada”, observa o analista do grupo financeiro IFD Kapital, Vitáli Kriukov.

Segundo o analista, a simples transferência da experiência das companhias americanas, que intensificam ativamente a exploração de óleo de xisto, para as condições russas não dará certo. Isso porque as condições geológicas de projetos de extração de óleo de xisto sempre são diferentes e dependem de cada região.

A declaração Miller veio na contramão das instruções dadas à Gazprom pelo presidente russo Vladimir Pútin na semana passada. O consórcio deverá apresentar os princípios básicos da política de exportação de gás, considerando o desenvolvimento da produção de gás de xisto e liquefeitos.

“Devemos considerar seriamente as tendências atuais do mercado de gás mundial através da interação com nossos parceiros estrangeiros e encontrar novas formas mutuamente aceitáveis de cooperação, para ficarmos mais próximos do consumidor final”, disse Pútin.


Publicado originalmente pelo jornal RBC Daily

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