Foto: TASS
A nova regra relativa às informações geográficas e geofísicas secretas foi aprovada pelo ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Andrêi Beloussov, no início de outubro.
O governo decidiu suspender todas as restrições ao uso de imagens aéreas e de satélite de alta resolução com a ideia de disponibilizar para acesso público “tudo o que está disponível ao olho humano na Terra ou a partir do espaço exterior”.
Também foram removidas todas as restrições à definição de coordenadas exatas de certos locais e à publicação de mapas detalhados de terrenos, uma vez que “esses dados não protegem mais as informações confidenciais”. A discussão sobre o assunto era mantida há mais de dez anos em diferentes escalões do poder.
A empresa especializada em fornecer imagens de satélite Skaneks, por exemplo, teve que enfrentar vários processos judiciais contra a agência espacial russa (Roscosmos) para anular a proibição imposta pela mesma ao uso de imagens com resolução inferior a 2 metros por pixel, enquanto os buscadores Google e Yandex disponibilizavam mapas da Rússia muito mais detalhados.
No entanto, as empresas que faziam fotografias aéreas tinham a obrigação de enviar as imagens captadas ao Estado-Maior General para aprovação, processo que podia levar até três meses. Agora essas formalidades não são mais necessárias.
Especialistas da Associação Inter-regional de Assistência ao Desenvolvimento do
Mercado de Tecnologias e Serviços de Informação Geográfica acreditam que o fim
das restrições citadas facilitará muito o trabalho dos cartógrafos e órgãos
locais de governo.
Os profissionais empregados no setor de construção civil eram obrigados a inventar técnicas especiais para contornar as proibições. Uma delas era usar um sistema de coordenadas temporário, que possibilitava executar as obras programadas, mas não permitia obter as coordenadas da instalação construída em termos absolutos. Como resultado, havia diversos sistemas de coordenadas no país, mas a maneira como eles se relacionavam entre si também era mantida em segredo.
A nova notícia abre caminho para a criação um sistema de coordenadas único no país, conforme havia proposto, no último verão, o vice-presidente da Academia de Ciências da Rússia, Nikolai Laverov.
Publicado originalmente pelo jornal Izvéstia
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